março 25, 2024

ALBERT EINSTEIN

Luiz Bhering

 “Duas coisas são infinitas:

o universo e a estupidez humana.

Eu não tenho certeza sobre o universo...”

DO MEU BLOQUINHO

 “Nunca fui senão uma coisa híbrida. Metade céu, metade terra” escreveu  o poeta e romancista alagoano, Jorge de Lima.  Hummm... Minha paródia narcisa: metade fúria, metade paixão. Metade riso, metade explosão. Tédio, metade invenção. Metade pensamento, a outra também. Metade culpa, metade perdão. Aqui pensando, quando olho pra trás, sinto uma  sensação muito nítida de ainda viver no passado. Não só pelas guerras - por terra e por desertos - mas ainda por religiões. E pior, com a queima de livros, de cancelamento de autores. Crédo... mas acho que nunca saímos do passado. A roda empacou.

 

NÉ?




 
O mesmo prédio, em Encruzilhada do Sul.
Lajeado é uma cidade perversa.

MULHERES QUE INSPIRAM


A medida que “Malvina” foi se desenvolvendo, muitas informações surgiam sobre outras  mulheres inspiradoras. E com isso eu aprimorava a Linha do Tempo Feminina, nas últimas páginas do livro.

Consta lá, que Maria José Pereira Barbosa Lima e Rosa Helena Schorling foram as primeiras mulheres a obterem carteira de motorista no Brasil, em 1932. Eram de Vitória, no Espírito Santo.  Aliás, Shorling foi também a primeira paraquedista e a primeira que tirou habilitação para moto, um ano depois.


Se não estou enganada, na minha cidade, a primeira a tirar carteira de motorista foi Gelsy Spohr Müller, cujo pai doou sua chácara, uma bela área de terra com plátanos e muito verde, à prefeitura. 

Hoje, o Jardim Botânico de Lajeado.

À propósito...

Sugestão de presente de Páscoa! 

Você encontra nas livrarias Cometa, Vitrola e Brincasa. Em Estrela, no Paladino. Em Porto Alegre, na livraria Paralelo 30.


 

 

JUREMIR MACHADO DA SILVA

Demorou seis anos, mas, enfim, a polícia chegou aos supostos mandantes do assassinato de Marielle Franco. 

"Por que levou tanto tempo e quem são os cabeças desse crime, que ceifou também a vida de Anderson Gomes, motorista da vereadora carioca do PSOL? 

Como o Rio de Janeiro não é deste mundo, o crime teria sido encomendado por Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, tendo Rivaldo Barbosa como apoio para melar as investigações. 

Eles são respectivamente conselheiro do Tribunal de Contas, deputado federal fluminense e ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. 

Seria uma gangue instalada no coração do poder, com todas as facilidades para agir. 

Feito o serviço, teriam tratado de frear as investigações no âmbito local. Imaginavam ter cometido o crime perfeito: entre os implicados, o investigador."


-O Rio de Janeiro ha muito deixou de ser a cidade, maravilhosa... Vontade zero de turistar por lá.
 

EDGAR & RANGO


 "Um dos mais célebres anti-heróis das tiras brasileiras, Rango - criado por Edgar Vasques - nasceu em plena ditadura militar e é um dos mais longevos personagens do humor gráfico brasileiro. 

Rango surgiu com a cara do Brasil à época: miserável, esfomeado, marginalizado, pobre, desempregado e vivendo dentro de uma lata de lixo. 

Como surgiu o Rango?

No caminho para a Faculdade de Arquitetura da UFRGS eu via a miséria na rua, no começo dos anos 1970, mas ninguém falava nisso. Era o Brasil grande, corrente pra frente, a ditadura eufórica, Brasil tricampeão do mundo, e a miséria ali, crescendo. Eu achei um absurdo aquilo, porque não batia a realidade com a narrativa. 

https://www.brasildefato.com.br/


"Este ano comemoro os 50 anos do primeiro álbum do Rango (1974), e da fundação da editora L&PM.”



Para marcar a data, confira uma expô de tirinhas originais do "Rango" na Livraria Clareira, à rua Henrique Dias, 111, em Porto Alegre.



março 04, 2024

LAURA PEIXOTO


 Tudo é ganância:
nos governos
na sociedade
na família.

“SUA VISITA CHEGOU!”



Na infância, nossas férias de verão eram em Cruz Alta, na casa dos meus avós paternos.

Lembro do quintal como se fosse hoje... Verde, misterioso, às vezes a bruma fina da madrugada pairava sobre as árvores e os recantos quando eu madrugava para investigar o pátio. 

Lembro da gemada bem branquinha no café da manhã e dos sorvetes caseiros, antes de dormir. Das tardes no Clube Arranca e dos carnavais d’água, em fevereiro. Das brincadeiras com primas e primos. Dos livros, muitos livros, e os brinquedos que haviam pertencido aos nossos pais.

 

Quando algum adulto aparecia para ver minha vó, Maria a encaminhava ao jardim de inverno, ou se muito importante, à impecável e sempre proibitiva saleta com sua porta dupla de vitrô.

A gente escutava lá do quintal: “Dona Normélia, sua visita chegou!”

A visitante podia ser dona Iracema, dona Mafalda ou o tio Luderites.

Relembro, porque criei a oficina literária “Sua visita chegou!”.

A ideia surgiu de uma amiga, com os pais idosos. 

Ela contou que ficava tranquila quando o educador físico vai a casa deles para exercitá-los: “Durante uma hora sei que estão bem acompanhados e relaxo.”

Exercícios físicos eu não posso ensinar.

Mas, fortalecer os neurônios com exercícios literários, posso! 

Entra em cena a criatividade, as lembranças, o desenvolvimento da psicomotricidade fina, das habilidades cognitivas, da concentração e percepções que tanto ativam os neurônios.

“Sua visita chegou!” vai até você. Ou a sua mãe, o seu pai. 

Durante uma hora e meia estaremos lendo, pensando e escrevendo, em uma verdadeira terapia literária! Porque escrever é afastar a solidão. É revirar os afetos e as dores. É fantasiar a partir do nosso íntimo.

Havendo interesse, entre em contato, agende a visita!

 

CENSURA VIVA

A diretora Janaína Venzon, da Escola Ernesto Alves de Santa Cruz do Sul, publicou um vídeo em uma rede social criticando o livro “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório: “vulgar, com um vocabulário de baixo nível e inadequada para estudantes do Ensino Médio.”

 "As obras literárias estão sendo escolhidas pelo Governo Federal. Desconheço o critério de escolha por parte do Governo. Só penso que deveriam analisar antes, para depois enviar para as escolas trabalharem", opinou.


O caso repercutiu e a diretora foi acusada de censura. O autor da obra também se manifestou após o vídeo que a diretora publicou.

Em nota, Tenório destacou que o livro foi avaliado pelo governo federal em 2021, ainda no governo Bolsonaro, e a própria diretora assinou a ata de escolha do livro.

Jeferson Tenório foi o patrono Feira do Livro de Porto Alegre, em 2022 e o seu livro  venceu o Prêmio Jabuti de 2021, na categoria Romance Literário, quando faz uma crítica ao racismo no Brasil. Os direitos de publicação foram vendidos para mais de 10 países, e já recebeu adaptação para o teatro. 

E o escritor e cineasta Boca Migotto?

Muito “comunista”,  né? Aí uma parcela do povo de Carlos Barbosa pediu seu cancelamento  de  patrono da Feira do Livro. Isso que Migotto nasceu na cidade. Acabou a feira sem patrono. Fez bem.

É todo dia uma bomba cultural nesse país. 

Vixi!


 


 

FORA CAUMO-SCHUMACHER

Em Lajeado, cidade 80%  bozonarenta, com 90 mil moradores,  faz de tudo para acabar com as poucas árvores que ainda resistem na cidade.
Na beira do rio Taquari, no bairro Carneiros, um novo recapeamento asfaltico. O lixo, o resíduo desse asfalto foi jogado sobre a vegetação da margem do rio. Com a próxima enchente, um pouco mais de poluição nas águas.

É o governo atual se esmerando para destruir a natureza enquanto acimenta  ou asfalta tudo por aí.
 

O CASAMENTO DOS PEQUENOS BURGUESES



Ele faz o noivo correto
E ela faz que quase desmaia
Vão viver sob o mesmo teto
Até que a casa caia
Até que a casa caia 

Ele é o empregado discreto
E ela engoma o seu colarinho
Vão viver sob o mesmo teto
Até explodir o ninho
Até explodir o ninho

Ele faz o macho irrequieto
E ela faz crianças de monte
Vão viver sob o mesmo teto
Até secar a fonte
Até secar a fonte

Ele é o funcionário completo
E ela aprende a fazer suspiros
Vão viver sob o mesmo teto
Até trocarem tiros
Até trocarem tiros 

E ele tem um caso secreto
E ela diz que não sai dos trilhos
Vão viver sob o mesmo teto
Até casarem os filhos
Até casarem os filhos 

Ele fala em cianureto
E ela sonha com formicida
Vão viver sob o mesmo teto
Até que alguém decida
Até que alguém decida 

Ele tem um velho projeto
Ela tem um monte de estrias
Vão viver sob o mesmo teto
Até o fim dos dias
Até o fim dos dias 

Ele às vezes cede um afeto
Ela só se despe no escuro
Vão viver sob o mesmo teto
Até um breve futuro
Até um breve futuro 

Ela esquenta a papa do neto
E ele quase que fez fortuna
Vão viver sob o mesmo teto
Até que a morte os una


Chico Buarque



DO MEU BLOQUINHO

- De onde tu tirou esse nome, Lacônia?

- Lacônia, realmente existiu no período Idade das Trevas. Foi uma cidade bem pequena, em uma região próxima ao mar Egeu, ao sul do Peloponeso. Datada entre 1000 e 700 anos antes de Cristo. Era governada ora por reis, ora por piratas. Só acrescentei um dos pontos cardeais: Lacônia do Sul. Quem nasce em Lacônia é lacão. Muito próximo à lacaio... No contexto do meu livro, uma cidade lacaia da ditadura, até hoje no tempo das trevas.

- Onde tem ditadura tem corrupção.

- E como tu acha q as “nobres” famílias dessa Lacônia real enriqueceram?

 

 

 

ANOS 70

Lajeado: Júlio de Castilhos no Tempo das Árvores

 (Os pesquisadores em arte e literatura, entenderão. Inspirada, colada, plagiada da Klaxon.)

 

D

ireita

edurar

enegrir

izimar

E

squerda

sbórnia

stigma

xu

F

ascismo

undamentalismo 

idalgo

avela

AUTORIA ANÔNIMA

 "Quanto mais conheço os generais,

mais admiro um torneiro-mecânico."

#FREEPALESTINA

 

Respeitando a proporção de mortos, lembro a aula de História que nunca tivemos...

A Grande Fome, na Ucrânia entre 1932-33. Chamaram de Holodomor, que significa “matar pela fome”.  Assim como Stálin, agora Netanyahu se utiliza da fome-terror para dizimar os palestinos. 

Tento me colocar no lugar de uma mãe palestina... 

Não consigo sequer imaginar o quão grande é essa dor e desgraça. 

Os Estados Unidos continua o país mais criminoso do mundo. Com uma mão desova armamento para Israel, com outra lança kits de alimentação para os palestinos. A humanidade cada vez pior. Mas não deixam de passear na 5ª avenue...

Mao, Stálin, Hitler, Kadafi, Kim II-sung, Idi Amin assassinaram milhões de pessoas.

Agora sabemos: Putin e Netanyahu também.


Exterminando crianças e mães, o fim de uma etnia...