julho 31, 2023

QUEM É O PAI DO DO TEATRO BRASILEIRO?

Estátua de João Caetano,de 1860, interpretando "Oscar, filho de Ossian", no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. De autoria do escultor Chaves Pinheiro.

Em 1810, o teatro cumpria a função social de, mais do que a cultura, encontro na corte. Coube a Dom João VI inaugurar o Theatro São João, no Rio – naquele ano. Trazia de Portugal,  troupes de atores e atrizes. Até que surgiu João Caetano dos Santos Jr, que iniciou sua carreira participando em um desses grupos portugueses.

 Pintura de Jean Baptiste Debret (cerca de 1834), Teatro Real de São João, atual João Caetano.

Em 1833, João Caetano ocupa um teatro em Niterói, e com um elenco de atores brasileiros dá início à Companhia Nacional João Caetano. Portanto, ele é considerado o pai do teatro brasileiro.

“O ator também exerceu as funções de empresário e ensaiador. Seu gênero favorito era a tragédia, mas chegou a representar papéis cômicos. Além de atuar em muitas peças, tanto no Rio como nas províncias, João Caetano publicou dois livros sobre a arte de representar: Reflexões Dramáticas, de 1837, e Lições Dramáticas, de 1862.

Encenava muitos clássicos europeus, mas em 1839, apresentou textos de dramaturgos brasileiros como Josué Magalhães e Martins Pena, autor de 30 peças, sendo que suas 22 comédias tratam do cotidiano carioca. 


Da primeira geração de atores brasileiros, a gaúcha Estela Sezefreda dos Santos, esposa de João Caetano  e Martinho Corrêa Vasques, um ator negro e o cômico principal da companhia de João Caetano.  

Vasques se apresentava nos espetáculos teatrais em benefício da alforria de escravizados e de irmandades católicas de negros e homens livres pobres na década de 1840. Atuou na capital imperial e nas províncias do Rio Grande, São Paulo, Pernambuco e Bahia.

Theatro Sete de Abril, Pelotas


João Caetano andou por aqui...

 Consta no jornal O Rio-Grandense, de 6 de julho de 1854, sua vinda à cidade de Rio Grande e ao Teatro Sete de Abril, em Pelotas, o primeiro teatro do Rio Grande do Sul:

 “Parece fora de dúvida que o insigne ator, o Sr. Comendador João Caetano dos Santos, tendo resolvido visitar esta província, nos dará brevemente algumas noites de distração, honrando o palco Rio-Grandense. Congratulamo-nos com a província por ter de receber em seu seio, e aplaudir um hospede de tão elevado mérito, um não vulgar talento na arte dramática.

Os preparativos para o recebimento que nossos jovens influentes encabeçarão, e a que se vão chegado todos os que sabem graduar o mérito, não são mais que um justo brinde com que se quer corresponder à visita do distinto artista.”

A comunidade rio-grandina compareceu em peso! Cerca de mil pessoas foram prestigiar o artista.

“Resolvendo-se o distinto artista, o comendador João Caetano dos Santos, fazer um passeio a esta província, e tendo o empresário Manuel José da Silva Bastos conseguido que ele honre o palco Rio Grandense, trabalhando com sua companhia, abre na cidade de Pelotas uma assinatura para oito espetáculos dramáticos em que tem de representar o mestre da cena, o indicado artista.”

 Em 2 de novembro de 1854, João Caetano  retorna para corte, no Rio.

Machado de Assis, jovem.

Em 1859, Machado de Assis escreve uma crítica teatral e diz q o teatro de Joao Caetano encontra-se ultrapassado. Saem as tragédias neoclássicas, dramas românticos e melodramas e entra o teatro realista, a “naturalidade”, a comédia moderna.

Que soco não deve ter sido isso...

"Entendendo o teatro como “lugar de distração e ensino”, o jovem crítico Machado conclama os seus leitores: “Ao teatro! Ao teatro!”, porque é lá que a sociedade mostra todas as suas faces: “frívola, filosófica, casquilha, avara, interesseira, exaltada, cheia de flores e espinhos, dores e prazeres, de sorrisos e lágrimas!”."

Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, antigo Largo do Rocio, Rio.

“Pode-se dizer que raras vezes Machado dirigiu elogios a João Caetano ou às peças por ele representadas no S. Pedro de Alcântara, quase sempre melodramas ou dramalhões ultrarromânticos. Reconhecia o talento do famoso ator, mas não lhe perdoava o repertório anacrônico, a falta de iniciativa para se atualizar enquanto artista, o que significava manter o seu público distanciado das novas tendências teatrais.”

 

 POR QUE ESCREVO SOBRE?

... porque acho que agora vou me voltar para o teatro. Para estudar e escrever sobre.

E para descobrir Quem é a mãe do teatro brasileiro?




 

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