janeiro 02, 2013

DUBLIN: UMA CIDADE LITERARIA


Termina setembro, mal começa outubro, avisto a Irlanda.
Não entendo de província e condados. 
Mas a chuva é a mesma para todos.
E Dublin de vikings e celtas é molhada e...
... cheia de flores mesmo em dias frios.

Pulsante e viva entre os prédios antiqüíssimos e entre os milhares de estudantes de outras nacionalidades que estão trabalhando por lá. Desconfio: útero da Guiness. Centenas de pubs e cervejarias na Temple Bar.  Muitos brasileiros bebuns entre os ruivos bebuns dublinenses.
 Um dos escritores fama do mundo, James Joyce. 16 de junho: Bloomsday. Feriado para lembrar Ulisses. Joyce usou da realidade sobre uma camada de ficção na sua literatura. Talvez por isso, por escrever sobre os vizinhos dublinenses...
“Ele fizera muitos inimigos entre as pessoas que conheceu e transformou, sem disfarce, em personagens.”, disse Gordon Bowker, o biógrafo britanico.  Mas foi a novela “Silencio, Exílio e Astúcia” que revolucionou a literatura mundial:
"Eu vou dizer-te o que farei e o que não farei. Não irei servir aqueles nos quais não acredito, quer seja a minha casa, a minha pátria ou a minha igreja: e vou tentar exprimir-me nalguns modos de vida ou de arte tão livremente quanto possa e durante o tempo que puder, utilizando para minha defesa as únicas armas que me permito usar:”

 Joyce fez o que deveria eu ter feito: abandonou  a cidade aos 22 anos. E nunca mais voltou.
Na Parnell Square, o Museu dos Escritores: Samuel Beckett Nobel de 1969) , Oscar Wilde, Bernard Shaw, William Yeats, Joyce, Bram Stocker, o pai de Drácula, só para ficar entre os mais conhecidos... 

O Brasil ainda não viveu a sua revolução cultural...
«Um sacrifício demasiado longo
Pode em pedra um coração tornar».
Yeats

A revolução cultural neste país só acontecerá quando cada um dos 5. 565 prefeitos brasileiros tomarem vergonha na cara e investirem realmente em Educação.
 
Talvez, daí as Artes, o Esporte e a Saúde tomem jeito, assim como a diminuição da bandidagem. É preciso vontade política e não superfaturamento e propina para os bolsos dos prefeitos e seus comparsas. Raiva, caio sempre em lugar comum.
Loja de balas!
para adoçar meus olhos.

National Concert Hall
Não resisto, abro a porta e espio.
É no National que encontro Rodrigo Paranhos, de São Jose do Rio Preto.
 Dois anos em Dublin.
Deve casar com uma linda moça irlandesa e de lá nunca mais voltar.
Tomando o rumo inverso de Joyce.
Musica em  muitas esquinas, 
em todos os bares.
Molly Mallone no final da Grafton Street...

«Um sacrifício demasiado longo 
Pode em pedra um coração tornar»


 «Tudo mudou, tudo mudou completamente:
Uma terrível beleza nasceu.»


 «E que importa se por excessivo amor...


...Enlouqueceram até à morte?»
Yeats
Easter, 1916

Dublin dos dublinenses
dos castelos e pontes
bueiros e subterrâneos
onde a vida acontece.


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