setembro 30, 2025

GIORGIO ARMANI


 "O verdadeiro luxo 

é dizer o que você pensa."

TRISTE ANIVERSÁRIO


 Amanhã, dia 1º de outubro, o  jornal Correio do Povo completa 130 anos. Dizer que um bispo evangelico comanda o jornal do Breno Caldas. Que bolo intragável esse.

ARMANI, O VISIONÁRIO

Quantos Giorgio Armani morreram nesse último 4 de setembro?

Aguardo uma cinebiografia - ou já existe e não sei? 

Vai ter que contar que o estilista nasceu em 1934 em Piacenza, uma cidade no coração industrial do norte da Itália, perto de Milão. Canceriano, o segundo filho da dona de casa Maria Raimondi e do contador Ugo Armani, que trabalhou na sede do partido fascista da cidade.

 

ALFAIATARIA

Na internet, as datas divergem para o pontapé inicial de sua vida no mundo da moda.

Armani montou um império a partir de um casaco, em 1975...  Detonou com o enchimento do casaco, ajustou as proporções, trocou os botões — até deixar leve como uma camisa:

"Removendo toda a rigidez da peça e descobrindo uma naturalidade inesperada. Foi o ponto de partida para tudo o que veio depois." – contou ele.

Não sou ligada em moda, uso o que tenho há décadas, ou o que ganho, mas sempre botei olho em Armani. Até porque era um italiano bonito e classudo. Com esse casaco, Armani revolucionou a moda masculina. E logo em seguida, a moda feminina:



“Aplicou as mesmas técnicas libertando as mulheres de silhuetas exageradas e justas prescritas por outras marcas. Sua paleta de cores discretas, em tons de cinza e bege, tornou-se sinônimo de luxo discreto.”

 Amou homens e mulheres, sem deixar filhos para herdar o império. 

 CINEMA


Um dos primeiros  estilistas a vestir celebridades de Hollywood como parte do trabalho de um designer, a partir de 1980.  A marca Armani aparece em mais de 200 filmes ao longo dos últimos 50 anos, incluindo os icônicos Gigolô Americano, Os intocáveis, Os Bons Companheiros  e O Lobo de Wall Street.

HERANÇA

-Não suporto exibicionismo - diz Armani, um workaholic assumido, não curtiu as dezenas de mansões em lugares paradisíacos que deixou de herança para os familiares. Saiu das passarelas aos 91 anos, silenciosamente, sem ninguém informar a causa da sua morte. Aliás, não assistiu ao último desfile em Paris.

Seu império plural inclui iates, hotéis, restaurantes, móveis de luxo, chocolates, arranjos florais, perfumes, casas em Milão, bem como na vizinha Broni, no norte da Itália; na ilha de Pantelleria, no sul, em Forte dei Marmi. Tem propriedades em Nova York, Paris, na ilha de Antígua, bem como em St. Moritz e Saint-Tropez. Também era dono do time de basquete Olimpia Milano.

O faturamento em 2024 foi de 2,3 bilhões de euros. E, segundo a Forbes, deixa um patrimônio líquido de US$ 12,1 bilhões.


NOTA À IMPRENSA:

“O senhor Armani foi o “criador, fundador e incansável força motriz” não de um império de moda, mas de um modo de viver – elegante, sóbrio e minimalista.”

 A autobiografia, "Per Amore", parece que não foi publicada no Brasil.

Touché! Uma pena...


CLARICE LISPECTOR


 

MONTEIRO LOBATO CENSURADO

“A polêmica obra de Monteiro Lobato voltou ao debate público porque sua bisneta acaba de lançar uma adaptação de Narizinho Arrebitado, uma das onze histórias que integram o livro Reinações de Narizinho.

A iniciativa atualiza as ilustrações originais, dando à trama uma identidade visual mais próxima ao nosso tempo. 

 

Tia Nastácia, por exemplo, deixa seu habitual figurino para ser representada de turbante, bata e colar de búzios pelos traços de Rafael Sam.



O principal motivo da adaptação de Cleo Monteiro Lobato é fazer com que seu bisavô seja descoberto pelos mais jovens. E assim garantir a permanência das obras. 



Eu amava a Tia Anastácia mais do que a vó Benta. Não assimilei as falas preconceituosas? Eu nem sabia o que era preconceito. E considero Tia Anastácia e a boneca Emília, as personagens mais carismáticas  da coleção do Sítio, lido nas férias em Cruz Alta. 

Revendo algumas páginas, as expressões racistas "saltam"... Mas nunca influenciaram na minha percepção social. Se é que posso escrever assim. 

Narizinho Arrebitado, O Marques de Rabicó, O Pó de Pirlimpimpim, As caçadas de Pedrinho, O Picapau amarelo... Meu primeiro contato com o realismo fantástico se deu com um visconde feito de sabugo, com uma boneca de trapo e um porquinho chamado Rabicó.  

Agora, se é pra falar de racismo e discriminação, o que foi  "Jeca Tatu"?



"O caboclo é o sombrio urupê de pau podre." "O funesto parasita da terra".

José Bento Renato Monteiro Lobato
1882-1948

Conforme o site da Geledés, que analisa a obra do escritor:

“... em 2011 se tornou pública uma carta do escritor enviada a Arthur Neiva, em 10 de abril de 1928 (aos 46 anos), publicada na revista Bravo! (maio de 2011) e reproduzida pela Carta Capital.  

Ali vemos que o criador do Visconde de Sabugosa e de Barnabé defendia a Ku Klux Klan e seus ideais, que envolviam a morte do outro, repugnando-lhe a formação do povo de seu próprio país:

 “País de mestiços, onde branco não tem força para organizar uma Kux-Klan (sic), é país perdido para altos destinos […] 

Um dia se fará justiça ao Ku-Klux-Klan; tivéssemos aí uma defesa desta ordem, que mantém o negro em seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca — mulatinho fazendo jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a capacidade construtiva”.


Indefensável, o precursor da literatura infantil brasileira, neto do Visconde de Tremembé, casado com dona Purezina, pai de Marta, Guilherme e Ruth, e morto aos 66 anos.

Será que algum dia caiu em si?

UM DE CADA VEZ....

Medonha a coisa, né? Em Lajeado. Alguma novidade?  Entra governo, sai governo, o quanto já roubaram, né?  Oito anos de um, oito anos de outro, um ano de um... Né?  Que fim levou a cpi do lixo? Dos pneus? Até parece que para abafar, alguém mais leva o seu, né? Ou algum dos meus três leitores pensa que em algum governo foi diferente? Né? É só a pontinha do iceberg... Deve ser por isso que um ex-secretario de Obras caiu fora lá no primeiro mandato. Viu a lama, a merda escorrer bem a sua frente. Dá nojo olhar pras fuças deles. 

 

O TICO-TICO


Um dia, minha vida foi iluminada por mérito da Tia Rose Tavares - Ovo Uva Élida Olavo – e passei a ler tudo, de imediato. Foi a maior descoberta da minha vida.

E nada melhor que as revistas O Tico-Tico,  que meu pai e tios colecionavam quando crianças - e guardados para a próxima geração, Mônica, Cláudia, João Henrique, eu...

A revista, pesquiso na wikipedia, foi lançada pelo jornalista Luís Bartolomeu de Souza e Silva, o bisavô do ex-presidente Collor. Sua primeira edição saiu no dia 11 de outubro de 1905. Ou seja, há 120 anos!

Quando meus avós foram embora para o Rio, não sei que fim deram nas revistas. Fiquei decepcionada, porque queria muito para minha biblioteca. Mas herdei apenas o livro “Quarto de despejo”, de Carolina de Jesus, lido aos 13 anos nas últimas férias em Cruz Alta.

 

Em 2005, a Opera Graphica Editora lançou uma edição bonita d’ O Tico-tico, comemorando o centenário da primeira revista de quadrinhos do Brasil. Comprei dois livros e dei um para meu irmão. Mas nunca foi a mesma coisa.