DIVAGAÇÕES 40º...
Saio de um e entro no outro.
Depois quando volto para a realidade o ar não é refrigerado e alguém desligou a trilha sonora.
Numa das salas só eu e o casal dono do cinema.
Na outra, sozinha.
Sensação milionária com uma sala de projeção exclusiva.
Delícia.
Por aqui, desisti do mukifo no shopping.
... taí o carnaval de novo.
Taí essa pobreza de chorar tentando colorir o funesto carnaval de rua da minha cidade.
Terrível e desanimador.
Ah, não posso dizer isso? Não posso escrever?
E pensar, pode?
A questão não é achar um culpado: ta no DNA desse povo que sempre assistiu aos desfiles com uma empolgação de derrubar o mais esforçado puxador de samba.
Até hoje o comunicador se esguela no microfone: “vamos aplaudir, minha gente!”
No passado existiam quatro escolas que se esmeravam nos brilhos, no enredo, nas fantasias. Era a classe média e alta exibindo para a colonada a criatividade e o luxo, um luxo que acabou matando o carnaval – dizem.
A minha escola era mais modesta e reunia um pessoal ...ãnh... digamos alternativo, mas igualmente alienados. E ainda por cima nos chamavam de galinha, pode?
Pode.
A gurizada cresceu, os que carregavam mesmo as escolas nas costas desanimaram e ninguém se preocupou em passar o bastão para a pentelhada que vinha atrás.
Os pais não souberam transferir o seu prazer com o carnaval para os próprios filhos.
Hoje, na cabeça da gurizada Carnaval é verão e verão é Xangri-lá...
O povo?
Coitado do povo...
Não consegue se emocionar nem sonhar com o carnaval acinzentado da cidade pujante. Que carnaval é isso: fantasia. E às vezes um pouco de lança. Ou lance?
Cada gerente de bloco ou escola esta mais preocupado é com a grana que vai embolsar através do incentivo cultural e da premiação. Isso é tão antigo...
Coitado do povo.
Só si fódi.Mas também, quem manda não reclamar?
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial