agosto 16, 2020

ENGOLE ESSE CHORO

 


De novo a literatura para revirar muitas e muitas perguntas, sem alcançar respostas... Perguntas que parecem  bloqueadas no limbo do passado.

Há muito tempo venho gestando o livro “Engole esse choro”, classificado por quem leu como gênero literário novela. 

Narro uma história ambientada em uma cidade do interior durante o ano de 1974. Traz embutidas cartas e bilhetes, e depoimentos que ganharam um pouco de leveza ficcional. 

Dizem que a literatura é uma estrada que a gente percorre atrás de autoconhecimento, que escrever é

uma catarse. Não ouso duvidar...

... os diferentes personagens, uns mais implicantes que outros questionam a narradora:

 “O professor de Moral e Cívica também não sabia explicar, mas a grota em questão

era sua cidade e agora, na altura, Lacônia do Sul parecia um bom lugar para se viver

quando se contam 12 anos. Será que existe uma Lacônia do Norte? Do Leste? Por que

não apenas Lacônia? Lacônia Alta. Lacônia Baixa. Deve existir uma Lacônia civilizada

em cada estado do Brasil, pensou. Será que um dia vou embora de Lacônia?”

 

Gosto daquela frase da escritora americana Maya Angelou sobre empatia, no seu ótimo livro “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”: "Nós somos mais parecidos do que somos diferentes."

Sei que Angelou  se refere ao matiz da pele. Mas, posso deslocar para as questões sociais e a indiferença dos meus personagens laconienses em relação ao mundo ao redor, naquele ano tão absurdo. 


A narrativa não aponta o dedo. Mostra como eram as relações familiares, as fraternas, a vizinhança e o diz-que-diz político. 

“Na verdade”, como próprio filósofo Sófocles escreveu, “cada um é um pouco culpado.” - na sua ignorância sintética de levar a vida.

“Engole esse choro” percebe várias representações sociais e foi incentivado por um leitor que disse “publica, tá caindo de maduro”, por acaso, o que escreveu o breve prefacio do livro.

A gente passa a vida engolindo coisas até o dia em que vomita um ranço, um resto de memória que me resta. Lembrando que, para Valter Hugo Mãe, um escritor sem a coragem de se publicar é um não-escritor.  E será que sou mesma?

Meu  livro chega pela Libélula Editorial, de Meire Brod e traz capa com fotografia de Sebaldo Hammes, criada por LP Prisco, que também criou os teasers (provocações) publicitários - prestigiar a nossa casa me enche de orgulho.

Os livros podem ser adquiridos na Cometa Livraria e Papelaria, em Lajeado/RS.

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