ENGOLE ESSE CHORO
De novo a literatura para revirar muitas e muitas perguntas,
sem alcançar respostas... Perguntas que parecem bloqueadas no limbo do passado.
Há muito tempo venho gestando o livro “Engole esse choro”, classificado por quem leu como gênero literário novela.
Narro uma história ambientada em uma cidade do interior durante o ano de 1974. Traz embutidas cartas e bilhetes, e depoimentos que ganharam um pouco de leveza ficcional.
Dizem que a literatura é uma estrada que a gente percorre atrás de autoconhecimento, que escrever é
uma catarse. Não ouso duvidar...
... os diferentes personagens, uns mais
implicantes que outros questionam a narradora:
“O professor de Moral
e Cívica também não sabia explicar, mas a grota em questão
era sua cidade e agora, na altura, Lacônia do Sul parecia um
bom lugar para se viver
quando se contam 12 anos. Será que existe uma Lacônia do
Norte? Do Leste? Por que
não apenas Lacônia? Lacônia Alta. Lacônia Baixa. Deve
existir uma Lacônia civilizada
em cada estado do Brasil, pensou. Será que um dia vou embora
de Lacônia?”
Gosto daquela frase da escritora americana Maya Angelou sobre empatia, no seu ótimo livro “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”: "Nós somos mais parecidos do que somos diferentes."
Sei que Angelou se refere ao matiz da pele. Mas, posso deslocar
para as questões sociais e a indiferença dos meus personagens laconienses em relação ao
mundo ao redor, naquele ano tão absurdo.
A narrativa não aponta o dedo. Mostra como eram as relações familiares, as fraternas, a vizinhança e o diz-que-diz político.
“Na verdade”,
como próprio filósofo Sófocles escreveu, “cada um é um pouco culpado.” - na sua
ignorância sintética de levar a vida.
“Engole esse choro” percebe várias representações sociais e
foi incentivado por um leitor que disse “publica, tá caindo de maduro”, por
acaso, o que escreveu o breve prefacio do livro.
A gente passa a vida engolindo coisas até o dia em que
vomita um ranço, um resto de memória que me resta. Lembrando que, para Valter
Hugo Mãe, um escritor sem a coragem de se publicar é um não-escritor. E será que sou mesma?
Meu livro chega pela Libélula Editorial, de Meire Brod e traz capa com fotografia de Sebaldo Hammes, criada por LP Prisco, que também criou os teasers (provocações) publicitários - prestigiar a nossa casa me enche de orgulho.
Os livros podem ser adquiridos na Cometa Livraria e Papelaria, em Lajeado/RS.
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