SETE PALMOS E RESSURREIÇÃO
Morreu Dom Pedro Casaldáliga, o poeta, o ecologista, o antropólogo, o bispo de certidão espanhola, “radicado brasileiro”.
Morreu Dom Pedro Casaldáliga, o Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Campinas, pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e pela Universidade Federal de Mato Grosso – o primeiro a receber tal distinção naquela universidade.
Uma vida de 52 anos dedicada aos menos favorecidos em São Félix do Araguaia, no Mato Grosso: os indígenas, as mulheres, os pobres – e contra os coronéis latifundiários.
Dom Pedro fez parte do grupo de bispos que criou o Conselho Indigenista Missionário, em 1972 e a Pastoral da Terra, em 1976 .
Dom Pedro não utilizava os tradicionais trajes eclesiásticos, mas um chapéu de palha no lugar da mitra, um cajado indígena, e um anel de tucum em vez de um anel de ouro.
Seu lema: Nada possuir, nada carregar, nada
pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar. É poeta, autor de várias obras
sobre antropologia, sociologia e ecologia.
Renunciou ao seu cargo de bispo em 2005. Sofria de
Parkinson.
Foi ele quem disse que “o governo de Lula gosta mais dos ricos do que dos pobres”.
Com isso, amargou o abandono ideológico: “ PT, PCdoB e do PSOL;
dos grandes líderes nacionais da esquerda, do comando do MST, dos artistas
famosos que sempre o citam enquanto referência, da cúpula sindical, TODOS, sem
exceção, o abandonaram.”
Sua vida e as causas pelas quais lutou até o dia da sua
morte no dia 8 de agosto desse ano, pode ser conhecida no livro da jornalista Ana
Helena Tavares e do monge beneditino Marcelo
Barros: "Um Bispo Contra Todas as Cercas – A vida e as causas de Pedro
Casaldáliga", lançado no ano passado.
Para descansar
eu quero só
esta cruz de pau
como chuva e sol,
este sete palmos
e a Ressurreição!
Mas para viver,
terra e liberdade
eu preciso ter.
Dom Pedro Casaldáliga
Em São Félix do Araguaia, uma avenida reverencia esse
aquariano, nascido em 16 de fevereiro de 1928.
Dom Pedro Casaldáliga foi enterrado dia 12 de agosto de 2020 no Cemitério
Karajá, sob a sombra de um pequizeiro à
beira do Rio Araguaia.
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