DO MEU BLOQUINHO
Na beira da praia, areia. Na areia, o povo disputando
espaço. Uns amarelos, outros roxos.Negros e brancos veem a pele avermelhar.
O povo se entupindo de gordura, de álcool, de açúcar, de cigarro e de muito gererê.
O povo na areia cercado de bitucas, tampinhas de ceva, de cocô dos cachorros e
das crianças. O suor do povo, o catarro do povo, o mijo do povo, os fios dos
cabelos do povo, o dna de cada um na areia e nas ondas. O povo lotou a beira do
mar de agua verde e fria, lotou com sua
voz berrante, suas palavras vazias, os aparelhos de som e selfies narcisas,
idiomas cantantes. O fedor do queijo coalho, do milho azedo, do camarão frito. A
barriga e o cu do povo na areia da praia. O povo chapado, encaracolado. O povo
polui. O povo fala alto. O povo escuta tun-tuns e sertanejo. A Ferrugem das hienas, dos porcos, das baleias
e antas nunca foi tão feia. A Ferrugem virou Cidreira.
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