URGÊNCIA
- No meio das pernas.
- Onde?
- Nas dobras...
- Mas onde criatura?
- Na buceta, porra!
- Por que tu não fala logo, ô merda. Ainda vou ter que adivinhar?
- E aí faz o quê?
- Não sei.
- Arde pra caralho... Vontade de esfregar um sabugo.
- Também não te cuida.
- Liga pra farmácia.
- Peraí.
(o tempo é emergência quando se procura uma agenda de telefone e eu penso que ela não pode amar toda a humanidade. eu pensei amar? não. pensei foder. ela fode com todo cara que a olha. ela não fica, ela fode. espontaneamente, fode com todo cara que tem boca bonita. ela é fissurada em boca. e da boca para o pau o tempo é emergência porque ela lê feuerbach: “o homem é aquilo que come”. ela fode porque acredita que amor é sacrifício materialista e não convicção sagrada. pensei amor? não. então ela é uma baita putona que jura que uma boa trepada dispensa maiores intimidades. podia jurar que é adepta de sacanagem de espírito comunitário. bacanal mesmo.)
- É da farmácia?
- ...
- O... É a Dirce mesmo?
- ...
- Dirce, tudo bom?
- ...
- Dirce, o que ... assim ó...o seguinte... assim, explicar por telefone...
- ...
- Isso!
- ...
- Obrigada, Dirce!
(olhei para ela que segurava a xota com força e cara vulgar retorcida pelas dores dos pruridos.)
- E daí?
- Toma uma dose única de Fluconazol e passa Trok.
* em 17.2. para o blog http://www.subtextodocio.blogspot.com/
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