junho 30, 2010

URGÊNCIA

- Tô com coceira – disse ela.
- Onde?

- No meio das pernas.

- Onde?

- Nas dobras...

- Mas onde criatura?

- Na buceta, porra!

- Por que tu não fala logo, ô merda. Ainda vou ter que adivinhar?

- E aí faz o quê?

- Não sei.

- Arde pra caralho... Vontade de esfregar um sabugo.

- Também não te cuida.

- Liga pra farmácia.

- Peraí.


(o tempo é emergência quando se procura uma agenda de telefone e eu penso que ela não pode amar toda a humanidade. eu pensei amar? não. pensei foder. ela fode com todo cara que a olha. ela não fica, ela fode. espontaneamente, fode com todo cara que tem boca bonita. ela é fissurada em boca. e da boca para o pau o tempo é emergência porque ela lê feuerbach: “o homem é aquilo que come”. ela fode porque acredita que amor é sacrifício materialista e não convicção sagrada. pensei amor? não. então ela é uma baita putona que jura que uma boa trepada dispensa maiores intimidades. podia jurar que é adepta de sacanagem de espírito comunitário. bacanal mesmo.)


- É da farmácia?

- ...

- O... É a Dirce mesmo?

- ...

- Dirce, tudo bom?

- ...

- Dirce, o que ... assim ó...o seguinte... assim, explicar por telefone...

- ...

- Isso!

- ...

- Obrigada, Dirce!


(olhei para ela que segurava a xota com força e cara vulgar retorcida pelas dores dos pruridos.)


- E daí?

- Toma uma dose única de Fluconazol e passa Trok.

* em 17.2. para o blog http://www.subtextodocio.blogspot.com/



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