setembro 30, 2023

SETEMBRO AMARELO

Termina o setembro amarelo...

Desde 2015, o mês passou a pintar o calendário.

Não sei por que associo como uma data de brancos. Sei que não devo, mas... 

Moro numa região de descendentes europeus...  Todos conhecidos q se suicidaram são brancos. Inclusive entre os familiares. Agora que setembro termina, lembro de uma notícia marcante, talvez no início dos anos 2000. A mídia deu destaque e fui procurar no google sobre o assunto:


“Os guaranis-caiovás do Mato Grosso do Sul ameaçavam suicidar-se, coletivamente, se fossem despejados das últimas terras que ocupam.

Outra longa história, com suicídio atrás de suicídio, centenas deles, ano após ano.

Os guaranis-caiovás não podem ser índios, porque as poucas terras que lhes restaram não lhes permitem viver como seus antepassados.

Fora de sua cultura, sem qualificação específica para outra, estão condenados à triste e quase fatal trajetória de bóia-fria, alcoólatra, mendigo, louco.”

Lembrei-me de umas pessoas que moravam no Mato Grosso e chamavam eles exatamente assim: um bando de vagabundos bêbados...

Em 2018, os suicídios indígenas bateram recordes. E até hoje, as estatísticas são altas. E nas instituições, os brancos ostentam uma fitinha amarela no peito.

UM SUICÍDIO

"Eu não tenho lugar", deixou escrito na areia, sob seus pés, um jovem indígena recém-casado, que se enforcou numa árvore, em 2002.

Voltar no tempo... No ano de 1500 estima-se que havia no Brasil mais de 350 etnias, mais de 1.400 grupos, mais de 5 milhões de indivíduos.

Entre 1900 e 1957 desapareceram 87 etnias.

E a desgraça vai longe... Não bastou os portugueses assassinarem os brasileiros, no passado. Os que vieram depois, em nome do progresso, como os bandeirantes, os grileiros, os colonos, os latifundiários ampliaram o genocídio. Bota na conta dos ditadores militares e suas façanhas, o extermínio em larga escala.

 


 Agora, o agropop ou ogropop faz pressão para aprovar o marco temporal, uma tese jurídica segundo a qual os povos indígenas têm direito de ocupar apenas as terras que ocupavam ou já disputavam em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição.

Pelo q entendi, cairiam todas as reservas.

E o setor imobiliário e rural fariam a maior festa.

É tudo muito violento e  asqueroso.


Voltando ao setembro amarelo...

Em 4 anos de governo bolsonazista, 535 indígenas se suicidaram. 

Na maior parte, no estado do Amazonas, onde 208 suicídios foram registrados. 

Os dados estão no Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, do Conselho Indigenista Missionário.


Pronto, terminou setembro, agora tu pode tirar a fitinha amarela do teu peito.

Bota uma cor de rosa.

 

 

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