junho 29, 2020

TITULO: BABACA-MÓR


Imagine q estamos expostos numa grande prateleira, identificados por títulos:

Branco, heterossexual, solteiro, pai,
Branco, heterossexual, casado, sem filho,
Branco, heterossexual, casado, pai,
Branco, homossexual, solteiro, pai,
Branco, homossexual, casado, sem filho,
Branco, homossexual, casado, pai,
Negro, heterossexual, solteiro, pai,
Negro, heterossexual, casado, sem filho,
Negro, heterossexual, casado, pai,
Negro, homossexual, solteiro, pai,
Negro, homossexual, casado, sem filho,
Negro, homossexual, casado, pai,

Troque o artigo identitário de “o” por “a” e teremos a versão feminina nessa prateleira.

Mude a cor: parda, amarela, rosada, roxa. Depois da vírgula, designe a profissão. Deixemos de lado a idade. Sente ainda a falta de algum adjetivo?

Preconceituoso, cordial, raivoso, otimista, alienado, religioso, ateu, agnóstico, solidário, canalha...

É o q fazemos durante toda nossa curta vida: etiquetamos com títulos  o vizinho, o familiar, o colega de trabalho, de sala de aula, o patrão, o empregado, o professor, a vó do Badanha e o “imortal literário” q inspirou essa reflexão.

Os homofóbicos tem medo que a identidade LGBT  seja valorizada, medo que a hierarquia de valores hetero seja quebrada. 

A homofobia e outros preconceitos indisfarçáveis é senso comum expressada por várias criaturas humanas, entre elas, os que se veem literatos.

Se eu fosse mais louca e briguenta como disseram – olha que ótimos título! -  vomitava tudo que já ouvi e presenciei na estante maior chamada feissibuqui. 

Mas me dá uma preguiça de filtrar tudo isso.



0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial