MEU PRIMEIRO PANETONE
Desde que inventaram de botar azeite nos bolos, perdi a
infância.
Minha mãe tem 85 anos. Faz o melhor panetone que conheço.
Não tem nem para a Kopenhagen...
Primeiro: “Unta com manteiga as formas. Bem passado, senão
gruda depois. Polvilha bem essa farinha.”
Segundo: “Peneira a farinha e o fermento numa vasilha.”
Terceiro: “ Em outra, bate 1 pacote e meio de manteiga (consistência
mais mole. Tira cedo da geladeira!) com o açúcar. Depois de batido, vai
acrescentando um ovo de cada vez.”
Inteiro?
“Inteiro! Cada vez q abre, bota no pratinho,
vai que um está
podre.”
Um de cada vez?
"Essa tua batedeira ainda é das boas. Hoje as Walitas
são umas porcarias.”
“Sim, olha.... um de cada vez
porque a massa fica bem aguada.
Bate e depois de misturado,
bota o outro e assim por diante,
todos 6 ovos."
Quarto: “Mistura noutra travessa os grãos, as passas, as
frutas cristalizadas.
Esfarinha um pouco para elas não pesarem no fundo da forma.
Ligou o forno?”
Quinto: “Despeja aos poucos a farinha no creme batido.
Intercala com o rum e o vinho branco, aos pouquinhos. Mexe devagar."
"Mistura os secos...
Botou canela e noz moscada?"
Botei.
"Mexe"
Sexto: “Bota a massa de colher em colher, pra não perder o
enfarinhamento na forma. Não dá pra despejar. Leva ao forno baixo por mais de
uma hora. Fica de olho. Não vai para a internet e esquece...”
Escolhi um prato da minha vó materna.
Quis dar um
significado ao meu aprendizado.
E depois, um mais oriental.
Minha mãe é uma grande professora. Que sorte a minha.
E a cobertura?
“Meio saco de açúcar confeiteiro
com umas 5 ou 6 colheres de
sopa de água, mexe.
Aquece e coloca em cima.”
Debaixo do meu pinheiro torto,
fico pensando como ela consegue
fazer esses panetones e dar de
presente?
Vou comer tudo sozinha!
FELIZ NATAL
QUERIDOS LEITORES OCULTOS!
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