agosto 02, 2016

UM CLÁSSICO DO HUMOR ALEMÃO

  “Max und Moritz - Eine Bubengeschichte in sieben Streichen”, impresso em alemão gótico, foi doado entre outros livros, à “Biblioteca da Duque”.

Chamou minha atenção a linda capa em tecido, a ilustração sem título. O desenho remeteu as leituras dos gibis “Os Sobrinhos do Capitão”, do tempo de meus pais. Vejo similaridade. A memória não me trai: graças ao Wikipédia, descubro que os sobrinhos que eu conhecia foram publicados em 1887 no suplemento dominical  American Humorist, do New York Journal, assinado por Rudolph Dirks.

Só que “Max und Moritz - Eine Bubengeschichte in sieben Streichen”  foi publicado em 4 de abril de 1865, pelo humorista, poeta e desenhista alemão, Wilhelm Busch.

O livro consta entre os primeiros trabalhos de Busch e narra as sacanagens que os dois irmãos pregavam aos moradores da cidadezinha onde viviam.

 “O enredo apresenta padrões nítidos de conteúdo, estilo e efeito estético, o que se repetiu nos trabalhos posteriores do autor. Muitas rimas dessa história se tornaram citações populares em alemão. É um dos livros infantis mais vendidos. Foi traduzido para mais de 300 línguas e dialetos. É considerado o precursor das histórias em quadrinhos, por aliar os versos em que a obra é composta com desenhos ilustrativos de cada cena.”


O desenhista Dirks (alemão naturalizado americano) nunca escondeu que os seus “Os Sobrinhos do Capitão” foram claramente inspirados pela obra “Max und Moritz” de Wilhelm Busch, impresso 30 anos antes.

Nas minhas pesquisas por sebos estrangeiros, o exemplar doado aparenta ser de 1935, embora a dedicatória em alemão apresente a data de 1947.
Só por isso, a "Biblioteca da Duque", instalada dentro de um velho aparelho de tevê e disponiblizada na calçada, já valeu a pena. Mas o livro merece um destaque e um cuidado maior: um museu do quadrinho, um museu do livro.

Existe uma versão brasileira, traduzido por Olavo Bilac, onde Max und Moritz viraram “Juca e Chico - História de Dois Meninos em Sete Travessuras”:

“Não têm conta as aventuras,
As peças, as travessuras
Dos meninos mal criados...
- Destes dois endiabrados,
Um é Chico; o outro é o Juca:
Põem toda a gente maluca.”

        - - -             
“Não querem ouvir conselhos
Estes travessos fedelhos!
- Certo é que, para a maldade,
Nunca faz falta a vontade...

Andar pela rua à toa,
Caçoar de uma pessoa,
Dar nos bichos, roubar frutas,
Armar brigas e disputas,
Rir dos homens respeitáveis,
São coisas mais agradáveis,
Que ir à escola ou ouvir missa...
Antes a troça e a preguiça!”


0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial