julho 25, 2016

UM BRASILEIRO

Seu Bonifácio mora na praia do Siriú, em Garopaba.  Facilita e a duna engole sua casa. É casado com dona Elvira. Pudor meu, não perguntei a idade, a data de casamento... Porque sei, o tempo não é dado a branduras. Seu Bonifácio tece esteirinhas. Os juncos vem “di logo ali”. Fiquei de voltar para um dedo de prosa, melhor, mão cheia de prosa. “Não adianta procurar ele de manhã. Ta caminhando”, disse dona Elvira. Sim, já vi seu Bonifácio em frente ao Vento Sul,  observando o mar. Tecendo o passado, urdindo sonhos até onde a vista alcança. Encomendei as esteiras e fui embora carregando minha curiosidade jesuítica. Na próxima estação, volto, se zeus permitir. Ó, lembrei da Rita Lee: "Se Deus quiser, um dia eu quero ser índio. Viver pelado, pintado de verde num eterno domingo. Ser um bicho preguiça e espantar turista. E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, sol…" Segura as baleias, seu Bonifácio!

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