DO MEU BLOQUINHO
. chove por aqui.
água é fecundação. ontem passei na rua do canal e vi uma arvore caída. não foi
por algum vento desavisado que o chorão caiu e se humilhou expondo as raízes nuas. foi por obra do homem e um aterro. quem será que vai
faturar? onde poderia existir uma praça,
um mini campinho de futebol, agora estacionamento. a mediocridade tem lugar
cativo nessa minha cidade. antes eu tinha um varal e milhares de espiadas. hoje
tenho um guarda-chuva com não mais de cem olhadelas por dia. é um voyeur
tranqüilo. gosto de imaginar, quem espia, lê. será que gosta de cultura? ou
compartilha outras brumas por necessidade vigilante? sim, um guarda-chuva
protege. mas, fechado vira arma. vira apoio. depende da nossa urgência. a
necessidade de dar voz aos pensamentos. porque a memória me foge. trai.
abandona. assim conto com meus olhos. com a bagagem interna ainda disponível. o
varal? balanço para os passarinhos regalados com as pitangas no fundo do
quintal. águas não movem montanhas. mas, enchentes.
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