dezembro 08, 2011

BLOGAR OU NÃO BLOGAR...

Parodiando Shakespeare: ... eis a questão. 
Tenho um blog -  como alguns já sabem. http://lauramertenpeixoto.blogspot.com/
Um blog que, diariamente ou não, estende um varal e sai dependurando as universalidades da nossa aldeia.
Você sabe que um blog é uma espécie de diário virtual, não é?
Então, muitas vezes as pessoas querem saber o que pretendo com o meu “diário” bisbilhotado por centena de acessos.
Querem saber do retorno financeiro ou político. Querem saber do lucro.

Em tempos  de consumismo, não passa  pela cabeça que posso querer apenas compartilhar a informação, as dúvidas e as críticas, porque nem tudo que acontece no quintal público é  participado ao cidadão, ao vizinho, à comadre.



É interessante observar: se os jornais e as emissoras de radio não divulgam um fato que muitos  presenciaram, ou poucos viram, parece que realmente aquilo não aconteceu. Ficou à margem, como se uma divagação insana, empírica, de alguém sem nada para fazer. Mas, mas, mas... Um blog vai mostrar o que  eu e você presenciamos longe de câmeras e microfones, e o que o leitor anônimo com seu celular e ipod também viu. Logo, tudo se transforma em pó na blogosfera.
O que seria do meu maior  interesse antes que me calem ou censurem de vez? A comunicação com o Outro.

Gosto de dividir angustias e  reflexões sobre o meio-ambiente e a prepotência; sobre estética da cidade e governantes e falcatruas; sobre arte e humor e a interferência no nosso cotidiano; sobre passado e futuro e a desesperança. Sobre alienação e fatalidades.
Se não o fizesse assim, os reflexos da solidão me aprisionariam à caverna cibernética que habito.

Sei que a maioria dos leitores se interessa pela aridez da crítica, pela indulgência das fofocas, pela insanidade da palavra.
Mas, entre uma coisa e outra sigo “filosofando” com anônimos e antônimos na cinta virtual da humanidade.

Ganhar dinheiro com um blog não está no meu códice, embora reconheça  que seria muito bom -  também não sou louca de atar em poste.  Só que, enquanto  a grana não borbulha pela tela do computador, vou me ocupando de arejar minhas idéias e dar o meu recado SEM ninguém atrás me financiando. Desculpe se é assim.

Esse colóquio invisível, quase fantasmagórico, tem me rendido alguns dissabores e outras tantas surpresas: emails de pessoas “poderosas” botando pressão para me silenciar através de processos. Ou emails de pessoas comuns, que ralam muito para pagar suas contas, e que se sentem amparadas quando nos identificamos  na mesma impotência contra um sistema que trapaceia ou pisa em cima.

É convivendo virtualmente com milhares que aumenta minha compreensão sobre o ser humano e sua capacidade de barbárie contra o Outro, o diferente, o que não cabe na compreensão mediana do Grupo que exclui, que não compreende como  e  porque não ganhar dinheiro com um blog, já que anda por aí incomodando tanto. E tantos.
Na verdade, descubro impressionada como os grandes e pequenos poderes se interligam para silenciar ou excluir todo aquele que não segue a acadêmica cartilha social.

Inclusive, os que se dizem amigos.

* Minha cronica nos jornais A Hora de Lajeado e Opinião, de Encantado.

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