O MESTRE DO TANGO MODERNO
Se vivo fosse, Astor Piazzola, o criador do nuevotango, teria completado em
março, 90 anos.
Partiu cedo, penso enquanto escuto o cd que trouxe de Buenos Aires.
Eu amo Piazzolla. E com uma garrafa de vinho amo mais ainda.
Aos nove o pequeno Astor ganhou seu primeiro bandoneon.
19 dólares, adquirido pelo pai numa loja de penhores.
Esse pai que seria homenageado com a mais linda de suas composições:
Adiós Nonino.
“Talvez eu estivesse rodeado de anjos. Foi a mais bela melodia que escrevi e não sei se alguma vez farei melhor.” – disse.
Escuto “Balada para um loco”, na voz de Amelita Baltar, a segunda mulher. Canção e música popular apresentada pela primeira vez em 1969, no Primeiro Festival de Música Ibero-Americana. Ficou em 2º lugar.
E a relação com Amelita não durou dez anos.
Não sei quando “descobri” Piazzola, mas foi ainda nos anos 80.
Tenho o vinil. Rodou muito no meu toca-disco. Muito mesmo.
Cada fossa, um trago de vinho e Piazzolla. Nada combina melhor. E eu saúdo Vicente "Nonino" Piazzolla, que incentivou o filho tão cedo no bandenon.
Piazzolla menino com Carlos Gardel e Tito Lusiardo
O compositor sequer imaginaria que um dia filmaria ao lado de Carlos Gardel: “El Dia Que Me Quieras".
E que sentaria ao lado de Jorge Luis Borges para confabular melodias: “El Tango”.
E ainda que tocaria com outros mitos como Aníbal Troilo, Gerry Mulligan, Tom Jobim e muitos outros.
Em 1987 realiza um concerto no Central Park de Nova York que traz um novo brilho a sua melodiosa biografia. Rende um disco bacana que nunca ouvi.
Foi Piazzolla que embestou de tocar bandoneon de pé, apoiado numa cadeira, criando assim um estilo, além de suas jazzísticas e inspiradas composições tangueiras.
Em agosto de 1990, em Paris, sofre um acidente vascular cerebral.
Mas é em Buenos Aires que o músico regressa para viver seus últimos dias.
Morre em 4 de julho de 1992. Tinha 71 anos.
Curiosidades:
Sua última esposa, Laura Escalada, e o antigo amigo Victor Oliveira, guardam um grande acervo de Piazzolla. Ela é presidente de uma Fundação Astor Piazzolla.
Ele, presidente do Centro Astor Piazzolla.
John Buckman:
“O bandoneon é parente do acordeão, e foi originalmente inventado como um substituto barato para os órgãos da igreja.
De lá migrou para o lado decadente da vida, boates e prostíbulos.
Piazzolla une estas duas tradições do instrumento, combinando a precisão e complexidade da música clássica com a paixão e a intensidade do bordel.”
Piazzolla compôs para o cinema. Inconfundível: no filme Sem Fôlego, a trilha “Tango Apaixonado” serve de pano de fundo para Jim Jarmusch e Harvey Keitel fumarem seus cigarrinhos.
Conforme seus biógrafos, Piazzolla teria escrito quase 3.000 peças, mas gravado apenas umas 500.
A mais famosa?
Fonte: http://www.piazzolla.org
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