MAU & BOM DESTINO
Em Lajeado, um deficiente auditivo faz uma adolescente refém quando tentava assaltar uma loja. Em Porto Alegre, um aposentado joga o carro sobre uma galera que rodava de bicicleta pelas ruas da cidade. Em Paris, o estilista John Galliano perde o emprego na Dior depois que demonstra claramente seu repúdio aos judeus ofendendo um casal dentro de um bar. Semana cheia, mídia bombando: ao primeiro olhar de espanto podemos concluir que algumas pessoas parecem viver um estado de surto.
Talvez a essas atitudes pudesse chamar de loucura sociológica. Algo a ver com o consumismo, a vaidade, a inveja, a impotência sexual, penso bem baixinho.
Por uma fração de instante, por um triz, um sopro do demônio na nuca e o nosso comportamento muda toda nossa vida e a do sujeito azarado ao lado.
Não dá para experimentar a loucura sem ter em mente que podemos amargar um percurso da existência na cadeia ou num manicômio judiciário. Sim, o destino pode ser ardiloso por conta de uma centelha destrambelhada.
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Agora estamos em plena festa pagã.
Cuide-se. Todo cuidado é pouco. Não vá pirar de vez.
Se você é casado tire o olho de cima dessa colombina que não é para o seu bico.
Solteiro? Não embarque na onda “liberou total”: tem muita colombina só esperando para amarrar um pierrô com uma serpentina de aço.
E se minha leitora é casada dê tratos à imaginação deitada confortavelmente no sofá de casa, assistindo pela tevê ao desfile das escolas de samba do Rio.
Se você é solteira, querida, evite os descamisados que apenas querem exibir os músculos adquiridos nas academias: é gato por lebre.
Assim ó: caia na gandaia mas consciente: o destino pode aplicar uma afta, sapinho ou uma herpes - na mais suave das hipóteses. Desculpe, mas o destino pode ser bem sacana.
Tantas vezes seguimos o destino pela BR 386 e sequer se imagina que na rua paralela à rodovia existe uma colégio daquele porte, com instalações tão atraentes para os quase 500 alunos que lá estudam. Achei o máximo a opção encontrada para “desacomodar os discípulos” – no bom sentido! Eles saem da sala de aula e vão até a Sala de Matemática ou à Sala de Inglês em vez de receber a profe na sala, sentados. Com isso espantam o sono e arejam as sinapses promovendo conexões mais criativas durante o trajeto.
Também conheci a Biblioteca Prof. Walter José das Chagas que completou um ano. Achei bacana a cidade reverenciar um “professor rural” que viveu na cidade desde os tempos de distrito de Bom Retiro do Sul.
Sem pisar em falso: bom carnaval, bom feriado e boas leituras para todos!
* Crônica semanal nos jornais A Hora, Opinião e site Região dos Vales
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