março 06, 2011

MAU & BOM DESTINO

Em Lajeado, um deficiente auditivo faz uma adolescente refém quando tentava assaltar uma loja. Em Porto Alegre, um aposentado joga o carro sobre uma galera que rodava de bicicleta pelas ruas da cidade. Em Paris, o estilista John Galliano perde o emprego na Dior depois que demonstra claramente seu repúdio aos judeus ofendendo um casal dentro de um bar. Semana cheia, mídia bombando: ao primeiro olhar de espanto podemos concluir que algumas pessoas parecem viver um estado de surto.

Talvez a essas atitudes pudesse chamar de loucura sociológica. Algo a ver com o consumismo, a vaidade, a inveja, a impotência sexual, penso bem baixinho.
Por uma fração de instante, por um triz, um sopro do demônio na nuca e o nosso comportamento muda toda nossa vida e a do sujeito azarado ao lado.
Não dá para experimentar a loucura sem ter em mente que podemos amargar um percurso da existência na cadeia ou num manicômio judiciário. Sim, o  destino pode ser ardiloso por conta de uma centelha destrambelhada.


                                                                          * * *



Agora estamos em plena festa pagã.
Cuide-se. Todo cuidado é pouco. Não vá pirar de vez.
Se você é casado tire o olho de cima dessa  colombina que não é para o seu bico.
Solteiro? Não  embarque na onda “liberou total”: tem muita colombina só esperando para amarrar um pierrô com uma serpentina de aço.
E se minha leitora é casada dê tratos à imaginação deitada confortavelmente no sofá de casa, assistindo pela tevê ao desfile das escolas de samba do Rio.
Se você é solteira, querida, evite os descamisados que apenas querem exibir os músculos adquiridos nas academias: é gato por lebre.
Assim ó: caia na gandaia mas consciente: o destino pode aplicar uma afta, sapinho ou uma herpes - na mais suave das hipóteses. Desculpe, mas o destino pode ser bem sacana.


Essa semana estive em Fazenda Vilanova dando meu recado aos alunos da Escola Municipal Edgar da Rosa Cardoso durante seu Festival do Livro.

Tantas vezes  seguimos o destino pela BR 386 e sequer se imagina que na rua paralela à rodovia existe uma colégio daquele porte, com instalações tão atraentes para os quase  500 alunos que lá estudam. Achei o máximo a opção encontrada para “desacomodar os discípulos” – no bom sentido! Eles saem da sala de aula e vão até a Sala de Matemática ou à Sala de Inglês em vez de receber a profe na sala, sentados. Com isso espantam o sono e arejam as sinapses promovendo conexões mais criativas durante o trajeto.

Também conheci a Biblioteca Prof. Walter José das Chagas que completou um ano. Achei bacana a cidade reverenciar um “professor rural” que viveu na cidade desde os tempos de distrito de Bom Retiro do Sul.

Sem pisar em falso: bom carnaval, bom feriado e boas leituras para todos! 

* Crônica semanal nos jornais A Hora, Opinião e site Região dos Vales

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