março 03, 2010

AH, DESTINOS...


Foi a terceira vez que assisti Amélie Poulain, um filme fabuloso de destinos e acasos, assim, brincando com o título e como a ele se refere o diretor.

Muita coisa chama atenção para essa fábula surreal de solidão e afeto. Mas a fotografia é um dos maiores ganhos, as cores intensas e seus contrastes, assim como a música envolvente que conduz Amélie – Audrey Tautou – pelo seu bairro, onde transforma os mundinhos infelizes de seus vizinhos, ajudando nos seus sonhos particulares. Até quando ela resolve ser feliz também... Mas antes, Amélie, pequena e criativa, descobrira a vida por si mesma, já que tem um pai que não se importa com a filha, que deseja apenas ser amada.

Quando assisti os comentários – às vezes são melhores que o próprio filme, não nesse caso – o diretor e roteirista Jean-Pierre Jeunet se referiu ao artista brasileiro Juarez Machado, (conhecido no Brasil por antigas participações no Fantástico) uma de suas referências para compor as cores dos cenários e figurinos. E abusou: tudo vermelho, um ponto azul. Tudo verde, um ponto vermelho...


Também achei interessante quando ele comenta que ao escrever roteiros se lembra de um ator ou de uma atriz específica: “É bom pensar em alguém enquanto escreve.”

Muitas vezes faço isso, embora também já tenham me dito que não se escreve pensando no tipo de leitor...



Tenho outro filme dele, Delicatessen, que sempre achei interessante. Agora ando atrás de Ladrões de Sonhos.

Quando termino de assistir um filme com tantas metáforas poéticas e alegres delicadezas – o passeio com o homem cego onde Amélie narra até os cheiros! - penso para quem eu poderia indicar? E não encontro mais de duas ou três pessoas das minhas relações... Solidão cultural também passa por aqui.


“Sem você
a emoção de hoje seria pele morta
da emoção do passado.”

Hipolito

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