DO MEU BLOQUINHO
Era
um bar. Parecia diferente, não sei, mas um bar. Sem mesas. Cadeiras mais baixas que
as normais. Dezenas delas, de pés cortados, espalhadas no piso coberto por uma
camada de areia. Sombrio, luzes pequenas e embutidas no teto como refletores malquebrados, de teatro decadente. Mas era um bar. E um rapaz atendia no balcão. O nome do
bar? Casablanca. Como no filme. As pessoas sentadas nas cadeiras quase batiam os joelhos no
rosto. Outros acomodados no piso arenoso. Suavam apesar dos três ventiladores de teto. Perto de um balcão, quase em frente ao banheiro, uma palmeira seca, coitada. Vi Tom de
relance, com um copo de uísque na mão. Quando me aproximei, ele sorriu. E foi se apagando, sumindo, como um espectro. O rapaz que atende no bar ligou um rádio, mexeu no dial e ouvi é, só tinha que ser com você... Elis cantava. É isso que dá tomar só meio rivotril.
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