abril 15, 2023

O DELÍRIO CRIATIVO



Toda vez que a gente cria, 
experimentamos uma espécie de solidão povoada. 

São encontros com personagens, ideias, movimentos. 

Mergulhamos no íntimo. Esbarramos nas coisas. 

Viramos agentes catalisadores das inquietações que pulsam ao redor. 

Corpos desejantes!

Tudo ao redor parece apontar para o que estamos criando, como se fosse acaso ou coincidência ler aquele artigo justo hoje, conhecer aquela pessoa justo agora ou se surpreender com a letra da música que toca neste exato momento.

Mais do que acaso, somos guiados por um vetor de desejo que desponta do nosso corpo e nos leva a extrair da imagem o que não nos interessa. Enxergamos o que desejamos. Deliramos!

Canalizar o delírio através da arte é potência. 

Uma forma de captar e recriar o mundo a partir dos afetos. 

Não se trata de terapia, pois não implica em diminuir sofrimentos, interpretar eventos ou encontrar soluções para lidar com as coisas.

Na arte, pode-se matar o delírio tentando decifrá-lo. 

Pois ele se alimenta do próprio mistério.

* Esmir Filho

 

 

 

 

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