agosto 01, 2022

pEnsAndO Aki...


 Desde 1965,  o governo em Porto Alegre era da Arena. Tempo da “q.i.”

 Caio Fernando Abreu (1948-1996) escreveu em uma crônica no Estadão:

 “Toda vez que vou a Porto Alegre,

confirmo um negócio um tanto óbvio,

mas sempre curioso:

a loucura e a criatividade

 – de alguma forma não muito misteriosa –

estão sempre ligadas a decadência.

 Digo isso porque todo mundo sabe,

o RS é atualmente o estado

mais decadente do país.

 Decadente economicamente, ecologicamente

(o mais devastado, com desertos  enormes no interior

– para ira minha e do Dagomir Marquez),

politicamente, moralmente, etcteramente.

 Não falo por maldade, não.

 Além de ser verdade, tão gaúcho quanto eu

só a estatua do Laçador ou chimarrão.

O que em absoluto impede

nem sequer nubla

minha virginiana visão crítica, certo?

 Por estar tão decadente, Porto Alegre

 – ou Portinho ou Gay Port,

para os mais maldosos –

é tb a cidade mais punk do país.”




 *Em 1986, a eleição. As urnas elegem Collares, pdt. Depois, Olívio, Tarso, Pont, Tarso.

Não é por menos que destruíram a casa do Caio, em Porto Alegre,  apesar de, em uma entrevista:

 

“Eu me sinto totalmente gaúcho.

Em Santa Catarina, me sinto em pleno trópico. 

Sempre fui um estrangeiro em São Paulo e no Rio de Janeiro. 

Eu voltei há cerca de um mês da minha cidade natal, Santiago,

e me senti tão revitalizado ao ver o pampa. 

Eu sou platino, sou da região de Quiroga,

do Borges, do Onetti, do Cortázar. 

E tudo isso é muito fundo.”

 

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