julho 13, 2021

DIA DE ÁUDIO CRÔNICA


 DO SENSÍVEL

Sou uma mulher do sul, melancólica, de longo inverno. 

Poderia ser uma mulher do norte, desconfiada da imensidão das águas amazônicas. 

Uma mulher do nordeste, rebelde como Maria Bonita.

Mas serei sempre uma mulher do sul... E uma brasileira triste.

Triste porque perdi amigos.

Triste porque preenchida com o vazio dos sentimentos que pensava existir entre a gente.

Triste porque me separei da tribo.

Essa tristeza é diferente de outras tristezas que já vivi. 

É uma tristeza pampa.... Imensa.

Essa tristeza se vê oca, longe dos tempos alegres que a gente já compartilhou.

Sinceramente, não sei como, depois de tantas dores e perdas, a gente continua levando a vida...

Diz aí: será possível voltar a ser como éramos antes? Se abraçando bem apertado, se beijando, querendo notícias da família?

E porque sou uma mulher do sul, talvez seja possível.  Fui acostumada com a geada que cai durante certa época do ano. Essa geada que, se não mata, fortalece as raízes mais longas por onde corre a seiva da  esperança, apesar do retrocesso do país.

Boa 4ª-feira!

Trilha sonora: Caminantes, de Yamandu 

https://www.youtube.com/watch?v=gMQHalHXU7g

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