maio 06, 2021

NINGUÉM ENGANOU NINGUÉM *

*Crônica ficcional

No fim dos anos 90, ou no inicio do novo século, os dois boys conseguiram um emprego na prefeitura. Falo emprego. Não trabalho. Um cc ou algo que valha. 

Eram dois bocós que saiam  no meio do expediente para se encontrar na rua e contar suas piadinhas bobas e destilar seus preconceitos. Ninguém me contou, eu via. Todos os dias, a mesma coisa. O contribuinte pagando, a prefeitura fazendo vista grossa e os boys relaxando, matando serviço.

Anos depois não é que os boys viraram prefeito e secretario? A base da corrupção, não de cestas básicas, mas notas mesmo. E também a base de brita, de dentadura, construção de muro particular... E promessas de emprego.

E como  funcionários públicos, além do salario, os boys passaram a obter informações privilegiadas que renderam negociatas, favorecimento pessoal, prevaricação, trafico de influencias, exploração de prestígio...  Se existisse um ministério público competente, poderia... Poderia investigar e punir.

Há mais de 2000 anos, um filosofo  chamado Diógenes de Sinope  andava pelas ruas de Atenas. Em plena luz do dia lá estava Diógenes com sua lanterna acesa. Quando lhe perguntavam a razão  da lanterna acesa naquela claridade toda, Diógenes, humilde,  respondia:

"Estou à procura de um Homem Honesto."

Eu também.


 

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