abril 09, 2019

DO MEU BLOQUINHO


“Die welt ist ler, Ich will nicht leben mehr” – o mundo está vazio, não quero mais viver - disse a cantora operística Kathleen Ferrier, morta em 1953, de câncer. Morreu de morte morrida, como diz uma amiga.

Por não querer viver, minguamos - como uma lua que se despede do céu.

Não querer viver – um lento suicídio no quarto escuro.

Não querer viver - não há regresso do nosso fim.

Pensei nisso quando li que no Brasil há um suicídio a cada 45 minutos; no mundo a cada 40 segundos. E se matar já é a segunda principal causa de morte no mundo entre jovens de 15 a 29 anos.  



Das 20 cidades brasileiras onde o número de suicídio é mais elevado, 11 são gaúchas. Para ficar só na minha região: Forquetinha e Travesseiro, ambas com dna germânico, ambas agrícolas, muito agrotóxico nas lavouras...

Desesperança, talvez, a base da solidão. É difícil lidar com esse impotência.

A Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio  foi aprovada pelo Senado e segue para sanção de Bolsossauro.

O texto prevê que hospitais, postos de saúde e escolas serão obrigados a informar às autoridades sanitárias os casos suspeitos ou confirmados de automutilação.

Ontem assisti ao filme Ella e John... Antes da decadência física e degradação moral, o suicídio dos personagens como solução.

Dentro da cabeça, uma hidra não nos deixa dormir. Por via das dúvidas, Donaren todas as noites.


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