MAMMA MIA: LÁ VAMOS NÓS DE NOVO!
Entro no cinema vazio. Sessão das duas. Minto, na ultima
fila, na carreira da letra J, uma criatura e seu rosto iluminado pela luz
branca de um celular.
Tenho 10 min para descansar.
Ou para ler o livro que acabei de comprar.
Cinemas deveriam ser como cavernas: escuras e silenciosas. Só que não: uma música irritante toca alto. Não consigo me concentrar. Nem descansar.
Entra um casal com um saco gigante de pipoca – aqui não,
aqui não, aqui não, meu deus.
Entra uma senhora. Senta quatro carreiras abaixo da
minha. O cheiro do seu perfume chega até onde estou. É enjoativo. Cheiros,
cheiros, cheiros. Sou uma chata.
Entra uma excursão de meia-idade: 14 mulheres de algum clube
suspeito escalam vagarosamente cada um dos
degraus iluminados. Sobem, sobem e param na fila G. A minha.
Todo o cinema vazio e elas escolhem sentar justo
na minha fila?
Educada, levanto para passarem com suas bolsas e sacolas, ruidosas
e perfumadas como um bando de estudantes tagarelas.
O filme começa. ABBA foi brega e sempre será. O filme é uma bosta. Mas, vale
rever Cher e não havia outro naquele horário.
Sou uma chata, mereço.
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