“A ODISSEIA LITERÁRIA DE UM MANUSCRITO”
Certo dia de agosto de 1966, o colombiano Gabriel García Márquez foi até o Correio de San Angel, na
cidade do México, levar um pacote com quinhentas e noventa folhas de
papel comum, em espaço duplo, escritas à máquina, para despachar para o editor,
em Buenos Aires.
Pacote pesado, faltou dinheiro. A solução encontrada: dividir o manuscrito ao meio. Para despachar uma das metades, ele e a esposa
Mercedes acabaram empenhando o aquecedor, uma batedeira e as alianças de casamento.
Em meados de 1965, a família Márquez foi passar um finde e
Acapulco. Dirigindo o carro sentiu-se “fulminado por um cataclismo na alma, tão
intenso e arrasador, que apenas consegui desviar de uma vaca que atravessava a
estrada.”
Passou um finde inquieto e assim que voltou sentou em frente à máquina de escrever, para datilografar “a frase inicial que já não podia
suportar dentro de mim”:
Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o
Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai
o levou para conhecer o gelo’.
Gárcia Márquez escreveu 100 Anos de Solidão durante 18 meses,
todos os dias, das nove da manhã às três da tarde.
https://www.revistaprosaversoearte.com/os-segredos-da-obra-cem-anos-de-solidao-de-gabriel-garcia-marquez/
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