A VIDA É UMA RODA GIGANTE
“O passado é como o cemitério.
As pessoas o frequentam
pouco.”
- diz a personagem arquivista em algum filme que assisti no Netflix.
Revisitei o meu, em Cruz Alta, terra do senador Pinheiro
Machado, do jornalista Julio de Castilhos, do escritor Érico Veríssimo, do
escultor Saint Clair Cemin... Com tanta gente ilustre, Cruz Alta derruba seus
casarões antigos para dar lugar a prédios feios. A cidade despreza seu
patrimônio cultural, perde seus mistérios e perde a chance do turismo
histórico.
Salvador de Oliveira Preto casou com Maria Luciana de Jesus,
minha hexavó: uma filha, Clara Maria de Oliveira.
Clara casou com João Crisóstomo de Morais, meus pentavós: 3
filhos, Ciríaco, Maria Luciana e Senhorinha.
Minha tetravó Senhorinha Leite de Moraes casou com João
David Ramos: 1 filha, Laura, minha bisavó.
Por outro lado...
João Antonio de Oliveira era fazendeiro. Casou com Edwiges
Antonia de Conceição, meus pentavós.
Nasceu João Antonio de
Oliveira Filho que casou com Leonor de Oliveira meus tetravós.
O casal adotou
Sebastião de Oliveira, de cor bronzeada e cabelo afro, sempre bem lambido por
gumex. Na minha imaginação, Sebastião seria um filho de João Antonio de
Oliveira Filho com alguma descendente de escrava, justificando os cachinhos
afro da família.
Meu bisavô Sebastião casa com Laura Ramos, de quem herdei o
nome: 3 filhas Normélia, Senhorinha, Leonor - e um filho, temporão, Democratino.
# Normélia casou com João Tatsch Peixoto, meus avós. Tiveram
três filhos: Marion, Yvon e Marília.
Yvon Oliveira Peixoto casa com Ada Moraes Merten, meus pais:
4 filhos.
Por outro lado...
Wilhem Henrich Pittan casa com Catharina Lahn, meus
pentavós e pais de Christian Adolph Pithan.
Christian casa com Johanna Catharina Margaretha Hockmüller,
meus tetravós e pais de Otília Emilia Pithan.
Otília casa com João Carlos Tatsch, meus trisavós, pais de
Pacífica.
Pacífica casa com Luis Felipe Peixoto, meus bisavós
paternos. Tem um filho, João Tatsch Peixoto que casa com # Normélia Ramos
de Oliveira.
Adoro isso... Furungar no passado e descobrir suas
traições, suas sovinices, as neuroses e os preconceitos, seus maus-tratos, os abortos, os saraus e os
piqueniques, as frustrações de ser bailarina, de ser pianista, de ser juiz. Às vezes, por cima, às vezes, por baixo... Descobrir as guerras e os idílicos momentos de paz que viveram. É a nossa
micro-história com todos os seus fantasmas a nos assombrar dos confins desse
cemitério cibernético, onde descobri tudo isso.
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