julho 05, 2016

KARL OVE KNAUSGÅRD

É um escritor de best-seller internacional. Escreve uma série de "romances de não ficção", baseado nas suas próprias memórias:

“Quando comecei a escrever, parti  da premissa de que tudo ali teria que ser experimentado, teria que ser algo que eu vivi. Mas eu não fiz pesquisa alguma para isso, eu estava escrevendo sobre a memória, então há um grande número de detalhes que eu precisei imaginar. Eu posso não me lembrar o que fiz especificamente em algum dia de 1976, mas eu me lembro como era 1976.”

Digo eu:
Coincidências existem – asseguram  os esotéricos. Também vivi, vi, ouvi e estou escrevendo do que me resta da minha memória coletiva, e imaginando minhas histórias.”

Diz o escritor:
"Não, quando você escreve, não tem ninguém na sala. Escrever é se colocar numa situação de total liberdade. Era isso que eu tentava quando escrevi esse livro. (...) Escrever era como ler, encontrando um lugar onde se pode ser livre".

Digo eu:
Quando escrevo tem marido, filho, mãe, amiga, faxineira,  telefone... e tudo me aprisiona.
Ilustração: Desiree Hirtenkauf

Trecho do meu livro “Os Lacônicos”, ainda se recortando...

           “Há maneiras de perceber a vida com um olhar diferente. Talvez você seja uma vencedora", disse o padre Rodriguez. “Mas não existe isso de vitória ou derrotas. Somente histórias pessoais, baseadas nas experiências que valem a pena ser contadas, serem escritas. Porque são elas que alimentam nossa identidade e definem nossas escolhas, você entende isso?”
           Eleonora apenas sacudiu a cabeça com os olhos  perdidos no assoalho antigo da sala de aula da Escola Germânica.
           “Saber quem a gente é, qual o nosso lugar e qual o nosso valor nessa vida. Sim?”, a menina concordou  com lagrimas que rolavam até a ponta do nariz . “Em Lacônia do Sul, Eleonora, vive-se um silêncio silenciado. Conte sobre isso, Terremoto! Sua memória, sua história.”


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