KARL OVE KNAUSGÅRD
É um escritor de best-seller internacional. Escreve uma série
de "romances de não ficção", baseado nas suas próprias memórias:
“Quando comecei a escrever, parti da premissa de que
tudo ali teria que ser experimentado, teria que ser algo que eu vivi. Mas eu
não fiz pesquisa alguma para isso, eu estava escrevendo sobre a memória, então
há um grande número de detalhes que eu precisei imaginar. Eu posso não me
lembrar o que fiz especificamente em algum dia de 1976, mas eu me lembro como
era 1976.”
Digo eu:
Coincidências existem – asseguram os esotéricos. Também vivi, vi, ouvi e estou
escrevendo do que me resta da minha memória coletiva, e imaginando minhas
histórias.”
Diz o escritor:
"Não, quando você escreve, não tem ninguém na sala.
Escrever é se colocar numa situação de total liberdade. Era isso que eu tentava
quando escrevi esse livro. (...) Escrever era como ler, encontrando um lugar onde
se pode ser livre".
Digo eu:
Quando escrevo tem marido, filho, mãe, amiga, faxineira, telefone... e tudo me aprisiona.
Ilustração: Desiree Hirtenkauf
Trecho do meu livro “Os Lacônicos”, ainda se recortando...
“Há maneiras de perceber a vida com um olhar diferente.
Talvez você seja uma vencedora", disse o padre Rodriguez. “Mas não existe isso
de vitória ou derrotas. Somente histórias pessoais, baseadas nas experiências
que valem a pena ser contadas, serem escritas. Porque são elas que alimentam
nossa identidade e definem nossas escolhas, você entende isso?”
Eleonora
apenas sacudiu a cabeça com os olhos perdidos no assoalho antigo da sala de aula da
Escola Germânica.
“Saber quem a gente é, qual o nosso lugar e qual o nosso
valor nessa vida. Sim?”, a menina concordou com lagrimas que rolavam até a ponta do nariz
. “Em Lacônia do Sul, Eleonora, vive-se um silêncio silenciado. Conte sobre
isso, Terremoto! Sua memória, sua história.”
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