junho 16, 2016

A CULPA, O REMORSO



Falávamos sobre os dramas familiares. Com a porta trancada, é preciso encarar um ao outro. Respirar o mesmo ar, mas ocultar os sentimentos. A  balburdia oca lá fora, agora silencia. Vira abismo. Só existe um lado - o da ruína moral. As disputas  entre irmãos. O ódio entre mãe e filha. O pai abusador. O filho traficante. Os amantes. Os ricos infelizes dopados  de fluoxetina. O menor assaltante. O gay de 40 anos, suicida. A nora que odeia a sogra que ama o filho. A vingança. A mãe que obriga a filha abortar. O pai abandonado no asilo. O homem que mora com a mulher há 35 anos, sem se falar. O divino não interfere nos tragédias, mas cobra o dízimo. A crença. A usura. O infiel. A infiel. Falávamos sobre os dramas familiares: “A minha até é bem normal” – disse ele. A minha é uma comédia amarga do Woody Allen – pensei, mas não disse.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial