fevereiro 14, 2012

GÊNERO MASCULINO E SUAS VARIAÇÕES


Pode ser em Encantado.
Pode ser em Arroio do Meio, Estrela, Cruzeiro do Sul.
Pode ser em Lajeado.
Pode ser no interior do Rio Grande do Sul ou nas capitais do país.
Onde você  perceber um grupinho reunido, principalmente de mulheres, o assunto que desperta nossos cinco sentidos é sempre o mesmo:
Homens.
E no desenrolar do fio, o tema que decompõe os anos e intrigam os  cronista – antes de Machado de Assis – superando modismos, derrubando preconceitos e tabus, fazendo com que freudianos ocupem as páginas dos jornais e revistas, que cientistas sociais  dobrem-se ante as câmeras de tevê (aqui desnecessário citar o cinema),  mas as conversas sempre acabam em...

SEXO
E para chegar até “traição”, não precisa fosso, ponte, abismo. Parece um  mantra:
homem, sexo, traição, homem, sexo, traição, homem, sexo, traição.
As esquemosas choram os descasos e gargalham despudoramente sobre seus casos. Depois se refugiam no banheiro e retocam a maquiagem. Prontas e perfumadas, tratam de  ligar o radar: Onde?
Onde eles estão? Onde se escondem os homens? E por que tão distantes?
As casadas ostentam os seus exemplares com orgulho: O meu taqui ó.
Sim, querida, hoje estava, amanhã pode não estar mais e dê-lhe fluoxetina nessa alma oca e  encurvada.
Encurvada em frente aos folhetins da tevê Marinho.
“O que dói não é a transa com  tesão passageira. O que dói é a transa com amor.” – disse minha amiga aos prantos, fumando um cigarro atrás do outro e eu perdida na fumaça constrangedora. E muda.
“Quero que queimem no inferno, os desgraçados.”- gemia essa despedaçada amiga.

TRAIÇÃO
Sim, pensei, se trair é pecado, melhor que os desalmados queimem em vida, execrados pela opinião pública.
Não tanto.
Mas pela vizinhança, pelos colegas de trabalho e de partido político.
E não adianta jogar pedra no telhado vizinho: a humanidade é adúltera e há de se conviver com isso.
Ainda tem gente que acredita que trair não é pecado.
É sim! É pecado quando se trai com amor, com avassaladora paixão.
É isso que dói e parece nunca cicatrizar.
Trair até podemos suportar.
Mas trair com amor é roubar nossa esperança.
É trair as nossas brincadeiras dos tempos de menina.
Trair é desacomodar.
E desacomodar incomoda.
Ou não?

* Minha crônica no jornal Opinião, de Encantado.

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