setembro 12, 2025

DANUSHA LAMÉRIS


 Pequenas Gentilezas

 

Estive pensando na maneira como, 

quando você caminha

por um corredor lotado,

e as pessoas recolhem suas pernas 

para deixar você passar.

Ou como estranhos ainda dizem 

“Deus te abençoe”

quando alguém espirra, um resquício da Peste Bubônica.

“Não morra”, estamos dizendo.

E das vezes que, ao derrubar limões de sua sacola de compras,

outra pessoa o ajuda a recolhê-los.

Na maioria das vezes, 

não queremos magoar uns aos outros.

Queremos receber nossa xícara de café quente,

e agradecer à pessoa que a entregou.

Sorrir para ela e esperar que ela sorria de volta.

Para que a garçonete nos chame de querido

quando colocar na mesa a tigela de sopa de mariscos,

e para que o motorista da picape vermelha 

nos deixe passar.

Temos tão pouco uns dos outros agora.

Estamos tão distantes da tribo e do fogo.

Apenas esses breves momentos de partilha.

E se eles forem a verdadeira morada do sagrado,

Estes templos fugazes que construímos juntos 

quando dizemos

“Aqui, pegue o meu lugar”,

“Por favor, você primeiro”,

“Bonito o seu chapéu”...

 

 

Tradução.: Nelson Santander

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