DO MEU BLOQUINHO
Na superfíce a gente não tem noção do tamanho do iceberg. Não percebe nem a sombra, só o pico reluzente. Na superfíce tu não tem noção do tamanho do buraco que se abre aos nossos pés. Tu atira uma pedra e não escuta o som dela caindo. Porque depois do buraco tem outro que tu não imaginava que pudesse existir. Lembrei de uma frase do escritor Sérgio Faraco, na Matinal online: “Falando, as imagens são distintas. No pensamento estão amontoadas.” Por isso escrevo, para que as imagens gritem e me libertem. Já houveram outras perdas, mas nenhuma foi tão presente. Foi tão buraco, tão iceberg. Eu nem me reconheço. Minha amiga não me reconhece. Vejo fotos... O passado virou presente. Olho as guitarras, os discos de vinil, os livros e tudo me derrota. E quando tu consegue sorrir de uma bobagem ou outra, a culpa te espreme, mói e tu volta ao estado de superfíce.

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