ATÉ BREVE, RITA!
Morreu Rita Lee.
Câncer de pulmão.
Com a doença, soube q findava um Tempo...
Cresci com Rita. Devo a ela toda minha língua... Meu jeito de ser. De pensar.
“Sou dessas acumuladoras que não jogam fora nem papel de embrulho e barbante.”
Tenho alguns vinis, cds e muita fita cassete que não sei onde foram parar.
E tenho toda uma trilha sonora de “causos pessoais” que relaciono com suas canções, desde:
José, Ovelha negra, Erva venenosa, Panis Et Circenses, Alô, alô marciano, Balada do louco,
Ando meio desligado, Lança perfume... Banho de espuma, Nem luxo, nem lixo, Mania de você, Desculpe o auê, Cor de rosa choque, Tudo vira bosta...
"Down, down, down In the high society"…
Tenho certeza. Encaretou tudo.
Os que se diziam descolados... São os mais bundões.
Nunca entenderam nada. Nada.
Olha q atual;
“Pra variar estamos em guerra Você não imagina a loucura...”
Em plena ditadura, Rita foi presa em 1976. Grávida. Por “guardar”
maconha no apê.
Corajosa, Elis foi visitá-la.
Todos ficaram mudos.
Em 2012, presa em Aracaju, por desacato a polícia q
investigava os maconheiros...
Estupefata, a vereadora Heloisa Helena foi visitá-la.
Todos gritaram.
Rita, minha linda guru porreta, sim, tu fez um monte de gente
feliz, principalmente, eu.
Com a morte de Elis, Gal e Rita, encerra-se um ciclo em
minha ...
“Vidinha besta Vidinha furreca Vidinha chinfrim Ô vidinha
de merda"
Perdi as três ídalas da minha parca e inútil existência.
(E a Bethânia? Ahh, muito doce para meu espírito tão ardido.)
Rita escreveu no epitáfio de sua autobiografia:
“Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.”
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Pra mim, a irreverente, a desbocada, não pensava
duas vezes, não mandava dizer.
Devia se arrepender, depois?
Muito antes de ser moda, já ligava o phoda-se.
É isso: phoda-se mundéu atrasado onde vivo.
“Você fez de mim uma hipócrita
Você fez de mim uma cínica...”
Você fez de mim o q sou.
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