abril 04, 2022

ERIC ARTHUR BLAIR

Você ousaria escrever uma ficção sobre como seria o planeta daqui há 35 anos?

Talvez sim, com tanto que podemos pesquisar nas redes.

Mas estamos em 1949, quando George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, publica o livro “1984” - sobre alienação e vigilância,  governo totalitário, o controle do pensamento e da linguagem.

Antes, em 1946, marcado pelas  perdas da esposa e do filho adotivo, Orwell  se muda para a Ilha de Jura, na Escócia - onde hoje não vivem mais de 200 pessoas.

Sua casa não tem luz elétrica, mas tem vista para o mar. Perfeito para um escritor, que passa a viver um estilo tão rude, tão simples, que para se aquecer no rigoroso inverno escocês, Orwell  se vale do próprio gás de cozinha.


Nessa ilha, em novembro de 1948, já tuberculoso, o escritor inglês termina  seu livro “1984”.

Hoje se sabe que o livro nunca falou do futuro, mas do presente... 

Sete meses depois de escrito seria lançado no mercado. Mesmo doente, Orwell, curtiu o sucesso estrondoso do livro entre os leitores.  E mais sete meses, na madrugada e na solidão,  sua morte aos 46 anos, em Londres.


É interessante lembrar que em 1945, sacudido pela II grande Guerra, Orwell já havia  publicado outro grande clássico literário: “A Revolução dos Bichos”.

 Essas duas obras, juntas, “venderam mais cópias do que os dois livros mais vendidos de qualquer outro escritor do século XX.” – wikipedia.

Com o surgimento de Donald Trump o livro voltou  as listas de mais vendidos. 

Ambos livros, "A Revolução dos Bichos" e "1984",  confirmam que ninguém deixou um mapa tão útil — e atual — da tirania.


Foi ele quem inventou o termo "Big Brother" - um ditador supremo que observa a todos.

 

George Orwell é um ícone da cultura contemporânea, principalmente política.

O termo “orwalliano”  é usado até hoje para definir qualquer prática social autoritária ou totalitária.

 (Pode-se dizer que o mito de muitos de vocês que passam por aqui, é um orwalliano casca-grossa...)

 


Curiosidades:

Em 1993, na Inglaterra, foi criado o Prêmio Orwell, para política escrita. Todo ano, dois prêmios são distribuídos: um para um livro, e o outro para jornalismo.

 Aldous Huxley, autor “Admirável mundo novo”,  foi seu professor de francês por um breve período de tempo.

 Orwell foi lavador de pratos num hotel de luxo na Rue de Rivoli, em Paris.

 Lutou na Guerra civil espanhola contra  Franco.

 E olha a contemporaneidade: Orwell já teve dengue!

 Em 1946, o autor previu o colapso da União Soviética que "o regime russo ou se democratiza ou morrerá". Estamos acompanhando que a Rússia continua mortalmente viva.

 


Na sua lápide, nenhuma menção ao seu famoso pseudônimo:


“Aqui jaz Eric Arthur Blair,

nascido em 25 de Junho de 1903,

falecido em 21 de Janeiro de 1950".



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