NOSSO ÚTERO AFRICANO
Esta é a única foto (clandestina) feita por Marc Ferrez, de um navio
negreiro no Brasil, em 1882.
Ferrez é o principal fotógrafo brasileiro do século XIX,
dono de uma obra que se equipara à dos maiores nomes da fotografia em todo o
mundo.
No Rio, uma exposição de Ferrez até 25 de agosto de 2019, no
Instituto Moreira Sales, na Gávea.
Ao chegar no Brasil e ver de perto a escravidão, o biólogo britânico Charles Darwin
escreveu esse relato:
“Perto do Rio de Janeiro, minha vizinha da frente era uma
velha senhora que tinha umas tarraxas com que esmagava os dedos de suas
escravas.
Em uma casa onde estive antes, um jovem criado mulato era,
todos os dias e a todo momento, insultado, golpeado e perseguido com um furor
capaz de desencorajar até o mais inferior dos animais.
Vi como um garotinho de seis ou sete anos de idade foi
golpeado na cabeça com um chicote (antes que eu pudesse intervir) porque me
havia servido um copo de água um pouco turva…
E essas são coisas feitas por homens que afirmam amar ao
próximo como a si mesmos, que acreditam em Deus, e que rezam para que Sua
vontade seja feita na terra!
O sangue ferve em nossas veias e nosso coração bate mais
forte, ao pensarmos que nós, ingleses, e nossos descendentes americanos, com
seu jactancioso grito em favor da liberdade, fomos e somos culpados desse
enorme crime.”
A Viagem do Beagle
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