julho 09, 2019

NOSSO ÚTERO AFRICANO


Esta é a única foto (clandestina)  feita por Marc Ferrez, de um navio negreiro no Brasil, em 1882.

Ferrez é o principal fotógrafo brasileiro do século XIX, dono de uma obra que se equipara à dos maiores nomes da fotografia em todo o mundo.

No Rio, uma exposição de Ferrez até 25 de agosto de 2019, no Instituto Moreira Sales, na Gávea.




Ao chegar no Brasil e ver de perto a escravidão, o biólogo britânico Charles Darwin escreveu esse relato:

“Perto do Rio de Janeiro, minha vizinha da frente era uma velha senhora que tinha umas tarraxas com que esmagava os dedos de suas escravas.

Em uma casa onde estive antes, um jovem criado mulato era, todos os dias e a todo momento, insultado, golpeado e perseguido com um furor capaz de desencorajar até o mais inferior dos animais.

Vi como um garotinho de seis ou sete anos de idade foi golpeado na cabeça com um chicote (antes que eu pudesse intervir) porque me havia servido um copo de água um pouco turva…

E essas são coisas feitas por homens que afirmam amar ao próximo como a si mesmos, que acreditam em Deus, e que rezam para que Sua vontade seja feita na terra!

O sangue ferve em nossas veias e nosso coração bate mais forte, ao pensarmos que nós, ingleses, e nossos descendentes americanos, com seu jactancioso grito em favor da liberdade, fomos e somos culpados desse enorme crime.”

A Viagem do Beagle

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