ESCOLHAS
Cidade pequena... Tudo se sabe.
Você conhece há anos as pessoas, vizinhos.
Algumas, desde
pequenas.
Viu crescer, casar, ter filhos.
Sabe dos seus momentos de dor.
Sabe de suas alegrias.
Algumas nunca se envolveram em brigas de rua, sequer puxaram o
tapete do colega no trabalho. Frequentam seus templos, os clubes de serviço, a
maçonaria, se dizem do bem.
Pensava nisso enquanto
cortava o gramado, aproveitando o tempo
ensolarado dessa manhã.
Mais gente teve a mesma ideia:
o vizinho é aposentado, gosta de cortar grama;
a vizinha não gosta e chama o jardineiro.
O objetivo comum é o mesmo: deixar mais bonito, caprichado, moramos aqui,
estamos vivos.
Somos parecidos. Mas cada um tem sua religião. Cada um convive com os próprios preconceitos.
E apoia candidatos diferentes para essas eleições.
A diferença entre nós
e várias outras pessoas “do bem” que
encontramos por aí e nas redes sociais, é que não ofendemos uns aos outros. E isso parece revelar o verdadeiro caráter de cada um.
De repente, o céu nublou, caíram uns pingos e
ligeirinho tratei de guardar a máquina de cortar grama, com medo de um raio cair e me cortar a língua, carbonizar os pensamentos. Depois protegi as roupas no varal e recolhi a biblioteca na calçada.
As pessoas ainda não se dão conta: conforme nossas escolhas,
o Tempo pode mudar de uma hora para outra e demorar um longo tempo para o sol
voltar a brilhar.
Cidad.... Tudo se sabe.
E o que não se sabe, se inventa.
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