AS TAQUAREIRAS
To no mato. Com o vento leste as taquareiras se inclinam, suavemente. Quando seus galhos tocam as outras árvores ao redor, parece um carinho nas árvores que plantei.
Parece beijar as copas da amendoeira, da figueira, da pata-de-vaca... que lutam para alcançar o sol e também chegar mais
perto do céu da praia da Ferrugem.
As taquareiras e as outras... Lembra um casamento, onde não
se sabe se o parceiro quer que o outro cresça e se desenvolva, ou se quer sufocar
a ascensão...
As taquareiras são as mais altas do meu quintal. Nem a
canafistula, ou será uma sibipiruna? - ganha dela. Aliás, essa que plantei entortou atrás
do sol. Procura por ele, desesperadamente.
As taquareiras formam uma comunidade verde, grandiosa.
Será
que as árvores ao redor sentem inveja delas?
Apenas a Peroba – se é que é... – rivaliza com as
taquareiras. O nativo, meu vizinho, chama de “Tanho”. Então acho que não é Peroba,
mas Tanho mesmo. Ou seria um Cedro?
Plantei paineira – cresce rápida, como uma filha que busca
sua independência.
Plantei vários ipês amarelo e um ipê branco – crescem devagar, como filhos
que não querem entrar na vida adulta...
Coqueiros e embaúbas adoram o meu quintal. Essas últimas guardam as formigas nos seus
corredores ocos. Não curto. Já pedi que fossem embora. Vivemos em guerra.
Tem outras árvores que crescem, mas tem vida curta. São meio
suicidas.
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