janeiro 20, 2018

OS LACÔNICOS *



1974
            “Há maneiras de perceber a vida com um olhar diferente. Talvez você seja uma vencedora” – disse o padre Rodriguez. “Mas não existe isso de vitória ou derrotas. Somente histórias pessoais baseadas nas experiências que valem a pena ser contadas, serem escritas. Porque são elas que alimentam nossa identidade, definem nossas escolhas, você entende isso?”
                Eleonora apenas sacudiu a cabeça com os olhos baixos entre as fendas e farelos de cupim do assoalho velho, na sala de catequese, da Escola Germânica. Evangélicos para um lado, católicos, para outro.

“Saber quem a gente é, qual o nosso lugar e qual o nosso valor nessa vida. Sim?” - a menina concordou com lagrimas que rolavam até a ponta do nariz. “Em Lacônia do Sul, Eleonora, vive-se um silêncio silenciado. Conte sobre isso, Terremoto! Sua memória, sua história.”



* (Prefácio do meu livro. Escritura iniciada há oito anos. Difícil finalizar...)

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