BRECHÓ NÃO É ROUPA VELHA
Não sou consumidora das mais assíduas. Passam as estações e
mais uma camisa branca, mais uma blusa de lã preta no armário.
Também amo camiseta
de viagem tipo “Cudumundo estive aqui”. Acabam em pijama, depois trapeira de
tanto usar. Aí são excelentes para limpar vidraça porque não dá sequer para reciclar.
Mas tem peças que guardo, guardo, guardo...
Ou porque gosto muito ou porque atraem recordações que detesto
esquecer. Ou porque nunca sairão de moda.
Por exemplo, um vestido-chemisier setentista - continua
atual desde sua criação nos anos 20 pelo estilista Paul Poiret até os 90 quando comprei o meu. Essa é a parte da história da moda que fascina.
Mas, aqui em casa só ouço “por amordeus, desapega mãe!”.
Assim, muito a contragosto, montei um “brechó” para praticar o desapego. Virou
tudo contra. A partir de agora é minha arara preferida.
Hoje fui lá e vesti um jeans que comprei há dez anos. Ta inteiro! Como vender
uma oversized que ainda veste super bem?
E o maior ícone dos anos 60? O bom e velho macacão de
jeans...Até a Gloria Khalil, podre de chic, curte e diz que “uma roupa que é
pra dizer: sou jovem, descontraída e estou à vontade". Só porque o
meu tem pelo menos uns 30 anos vou deixar de usar ou vender em brechó? Ta
fora!
E o casaquinho que comprei numa feira de Buenos Aires que prendo
com um broche da minha mãe dos anos 60?
E o vestidão patchwork floral que comprei-sei-lá-onde e que
aparece em foto de 1998? Ampfunf... poderia ter ido ao Woodstock com ele que cairia muito bem.
Não vou desapegar, não vou desgrudar, não vou dar nem doar. Esquece.
* Aqui na minha cidade tem um Arte na Praça. Alguns montam brechós. Uns são bacanas. Outros, pura roupa velha. Facilita e nem
lavaram...
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