MONÓLOGO TEATRAL
Um ninho no canto direito do palco.
Um ator nu dentro do ninho.
Infância. Como vejo o mundo de um ninho, no alto da arvore?
O medo do gato. A disputa da minhoca. Crescer e competir e vice verso.
As primeiras tentativas para
bater as asas. A primeira tentativa para voar. A queda. O vôo. Nunca mais
voltar ao ninho.
Adolescência. Socorro, viver
é bom, mas é terrível. Quero voltar para o ninho.
A primeira paixão. A
segunda, a terceira. Medo nenhum. Voar é bom demais.
Adulto. O acasalamento. A construção
de um novo ninho. Intrigas, brigas, ressentimentos. Gaiola. A solidão. Enfim, a liberdade. O vôo rasante.
No meio do caminho, uma
vidraça... ploft!
O pássaro cai morto no chão:
“liberdade ainda que tardia...”
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