É russa, aquariana, filósofa, poeta, psicanalista. Viveu a maior parte de sua existência na Alemanha.
Escreveu A humanidade da mulher e Reflexões sobre o problema do amor.
Sua filosofia e vida também foram fonte de inspiração para as pessoas que orbitaram ao seu redor, como o médico e filósofo alemão Paul Rée, a escritora Malwida von Meysenbug - que em 1901 se tornou a primeira mulher a ser indicada ao Prêmio Nobel de Literatura. Escreveu Memórias de um Idealista, publicado anonimamente em 1869 - Rilke e tantos outros.
Em 1882, Lou Salomé tinha 21 anos, morava em Roma e era
considerada por muitos, a mulher mais
perigosa da Europa. Não pela beleza, grana ou poder, mas porque era
brilhante, nada convencional e porque se recusava a pertencer a qualquer homem.
Friedrich Nietzsche tinha 38 anos quando a conheceu em abril daquele ano nas escadarias da Basílica de São Pedro. Com olhar penetrante, Nietzsche lançou a pergunta derradeira:
“De que estrelas caímos um ao encontro do outro?”
Mas Lou Salomé rejeitou Nietzsche duas vezes e ele teve um colapso avalassador. Ela propôs a Paul Rée e Nietzsche, um triângulo não sexual, mas intelectual. Que vivessem juntos em uma "comunidade livre de mentes."
Três filósofos compartilhando ideias, livros, conversas. Sem casamento. Sem propriedade. Apenas puro companheirismo intelectual.
Para provar que falava sério, Lou arranjou uma
fotografia com ela sentada numa carroça, segurando um chicote, e com Nietzsche e Rée
puxando como cavalos.
A foto escandalizou a Europa. Uma jovem mulher com um chicote, a controlar dois dos homens mais brilhantes vivos?
Mas a experiência falhou. Porque ambos estavam apaixonados por ela. Mais tarde, desiludido com a vida sem Lou, Rée acabaria se jogando de um penhasco na Suíça, mas em 1901.
"Quero que cases comigo." "Preciso de ti."
Então, em desespero: "Estou ficando louco."
O escritor acabou se refugiando nos Alpes, rompeu amizades, mergulhou na depressão. Dentro de um ano, escreveu Assim Falou Zaratustra - sua obra-prima, nascida da dor de perder Lou. Em seu livro Ecce Homo, Nietzsche reconhece a influência da mulher amada.
Mais tarde, quando Nietzsche ficou realmente louco (provavelmente de sífilis), alguns culparam Lou:
"Ela o quebrou." "Ela o deixou louco."
Mas Lou Salomé não se importava com o que o povo futricava e tocou sua vida em frente.
A relação entre Rainer Maria Rilke e Lou Andreas-Salomé foi intensa, marcada por um romance que começou em 1899, com Salomé (38 anos) e Rilke (23) morando juntos como amantes, e evoluiu para uma amizade epistolar profunda que durou até a morte do poeta em 1926.
Salomé foi a musa inspiradora de Rilke e, por sua vez, a escrita de Rilke influenciou a obra de Salomé.
O relacionamento deles é celebrado na coleção de cartas trocadas entre os dois e inspirou a produção artística e intelectual de ambos.
Ela rompe com o
poeta em 1901, em parte porque as depressões dele, a arrasavam.
Bem antes de Rilke, em 1886, Lou conheceu Friedrich Carl Andreas, um estudioso de linguística, de línguas persas - brilhante, mas não seu igual intelectual.
Apesar de sua oposição ao casamento e das suas relações abertas com outros homens, acabou acontecendo o casamento mais estranho da Europa.
Ele a pediu em casamento. Ela disse que não. Ele ameaçou suicídio e, literalmente, apontou uma faca ao próprio peito. Lou, irritada, concordou em casar com ele com uma condição: o casamento nunca seria consumado.
As pesquisas de Andreas na Europa se concentraram nas línguas e na música da Ossétia e das regiões fronteiriças indo-afegãs. De 1903 até sua morte, foi professor de filologia da Ásia Ocidental e do Irã na Universidade de Göttingen.
Salomé e Andreas permaneceram juntos até ele morrer de câncer, em 1930.
Em setembro de 1911, Lou Andreas-Salomé, aos 50 anos, conhece Sigmund Freud durante o III Congresso da Sociedade Psicanalítica Internacional, em Weimar, na Alemanha. A partir daí, passam
a desenvolver uma longa amizade e intensa troca intelectual, baseada em
correspondências frequentes sobre psicanálise.
Poucos dias antes de sua morte, Lou viu sua biblioteca confiscada pela Gestapo (segundo outras fontes, a biblioteca teria sido destruída por um grupo da SA, pouco depois da sua morte).
Motivos alegados para o confisco: o coleguismo com Freud, por praticar "ciência judaica" e possuir muitos livros de
autores judeus.
Na noite de 5 de fevereiro de 1937, Lou Andreas-Salomé morreu de insuficiência renal, em Göttingen, enquanto dormia.








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