janeiro 11, 2018

BONS TEMPOS

Em 2004, no Bistrô Neruda, um médico da minha cidade proferiu um papopalestra.

Entre outras coisas, aos poucos, a distinção entre homens e mulheres sumiria...  disse.  
Seremos todos hermafroditas e bissexuais... disse.
Estudos americanos, avançados...  disse. 

O médico foi embora, a maioria dos ouvintes voltou para suas casas com inquietas dúvidas. Uns bebuns, porém, continuaram no bistrô tecendo os mais conceptuais porquês.

Claro, culparam a água.
Depois o micro-ondas e suas radiações.
Depois todas as ondas  irradiadas, curtas e longas, eletromagnéticas,  cósmicas, infras, ultravioletas...  

Depois da bomba atômica, as criaturas  não sabem  mais o que fazem. Ou o que fizeram.

Então, no bistrô,  o biólogo franzino e bebedor moderado, sentenciou: é muito ultrassom nas grávidas.
“As radiações ionizantes não só veem o sexo do bebê, mas acabam afetando o sexo também. Por isso tantos gays. Há 35 anos que estão nascendo mais gays do que no passado.”


Está além das minhas capacidades perceber as interpretações  entre ciência e a vil humanidade.

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