maio 26, 2017

ERA UMA VEZ...

 Escultura de Michel Hirt

... uma linda bailarina que dançava todas as noites no Teatro Faqueiro. Mas, por um guerreiro que cuidava da portaria do teatro, os mais lindos ciseaux.



Ao apresentar pela quinta vez o balé “Quebra-Nozes” de Tchaikovsky para o povo da Gaveta, o inesperado: as colheres, garfos e facas sentiram um forte cheiro de queimado e saíram em correria abandonando a plateia.


Assustada, a bailarina também quis fugir. Mas junto ao proscênio acabou barrada por uma invejosa concha de plástico e um horripilante garfo escargot, com seus dois dentes curtos e ameaçadores, surgindo pelo alçapão do palco.

 Poderia ser trágico se não fosse heroico: o porteiro-guerreiro arriscou a própria vida para salvar a bailarina e todas pequenas colherinhas que aguardavam nas coxias. Empunhou seu escudo e protegeu as jovens do fogo e dos maldosos concha e garfo. 

 Escultura de Michel Hirt


Felizmente, quase todos conseguiram escapar. Mas, quando os bombeiros chegaram para apagar o incêndio, óóó... O Teatro Faqueiro já tinha virado cinzas.



E a concha e o garfo? - perguntou João Francisco.
Derretidos para sempre.
.
.
.
.
Morreram, vó?
Balancei a cabeça, afirmativa. Ele pensou um instante:
Malvados, né? - sorriu.
É.
.
.
.
.
(Minha pedagogia é do tempo dos Irmão Grimm)

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