outubro 25, 2016

DESCOBERTA AINDA QUE TARDIA



Desanimada com nossa biblioteca na calçada: os livros não voltam mesmo.  Orra,  tem alguém que some com todos os livrinhos infantis...  O “Leve, leia e devolva” não funciona.  Mas, às vezes descubro um livro interessante e me animo com o proveito:  “A rebelião dos marinheiros”, de Avelino  Bioen Capitani.  Soube dessa história em janeiro de  2011, e postei no blog Varal da Laura (http://lauramertenpeixoto.blogspot.com.br/2011/01/avelino-bioen-capitani.html
E esqueci. Até o momento quando deixaram o livro na biblio...



Agora mais emocionada ainda ao conhecer sua história. Capitani fundou  a Associação Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil – “referência e esperança para o futuro dos marinheiros.” Participou da guerrilha de Caparaó em 1967, foi preso, torturado, fugiu, se salvou. Usou o codinome “Charles”  venerado na musica Charles Anjo 45, a única canção politizada de Jorge Ben.

Ôba, ôba, ôba  Charles
Como é que é
My friend Charles
Como vão as coisas Charles?...

Charles, Anjo 45
Protetor dos fracos
E dos oprimidos
Robin Hood dos morros
Rei da malandragem
Um homem de verdade
Com muita coragem
Só porque um dia
Charles marcou bobeira
Foi sem querer tirar féria
Numa colônia penal...

“A revolta dos Marinheiros foi a quarta rebelião de militares contra seus superiores desde a posse de Juscelino Kubitschek, sendo a segunda liderada por praças, ambas no governo Jango. Amotinados por dois dias no Sindicato dos Metalúrgicos, na Rua Ana Néri, os rebelados abriram imensa crise na Marinha, que precisou recorrer a tanques e à Polícia do Exercito para forçar a rendição deles.



"A história do marinheiro Avelino começou em 1960, no início de uma década polarizada por duas correntes: a esquerda nacionalista e a direita conservadora. Essas eram as expressões da época. Gaúcho de Lajeado, Capitani ingressou na Marinha aos 20 anos. O colono do interior foi direto para o Rio de Janeiro. Dois anos depois, era criada a Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais que tinha como reivindicações o direito ao casamento, o fim do livro de castigos, o direito a andar como civil em casa. A Marinha se negou a conceder esses direitos sociais e, sem muita saída, a Associação acabou se alinhando às chamadas forças nacionalistas.” SINPRO

Um trecho do livro “A rebelião dos marinheiros”:
 “Mosquito resolveu ficar; eu e o Duarte seguimos  para a casa de meus pais. As notícias sobre os marinheiros eram muitas, e meu nome era citado algumas vezes. (...) Decidimos ir para as montanhas do Alto Tamanduá (Progresso). Ficamos alguns dias na casa de Emílio, tio da minha mãe. Seguimos para a Picada Selim, no outro lado das montanhas, ...

(...) Na Marinha, já desconfiavam que eu estivesse em Lajeado, protegido pela polícia local...”

* Com a leitura, uma  paramnésia...  Os dias de hoje tem cheiro de ontem, quando o presidente João Goulart, democraticamente eleito, apoiado por 65% da população, também foi derrubado por um golpe.

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