EM HONRA A WALTER BENJAMIN
Passagens é o
nome do memorial criado por Dani Karavan, artista israelense, em Portbou, na
Catalunha, em uma homenagem do governo espanhol e alemão ao filósofo e crítico
literário, Walter Benjamin, marcando os cinquenta anos de sua morte.
Benjamim
tinha 48 anos quando se suicidou em 26 de setembro de 1940:
“Fugindo da polícia
francesa do regime de Vichy (pró-Hitler) e barrado na fronteira com a Espanha
pela polícia franquista, vivia exilado e desempregado em Paris. Sem jamais ter
conseguido um posto de professor na universidade, mantinha-se como crítico
literário, com um pequeno auxílio do Instituto de Pesquisa Social, embrião da
escola de Frankfurt.” (Folha de São Paulo)
O Walter Benjamin Memorial é uma instalação completamente
integrada à paisagem de falésias na Costa Brava e de oliveiras e uma
referência a sua fuga para os Pirineus – Portbou - e também para a sua última
obra inacabada, Das Passagen – Werk, iniciada em 1927, traz uma grande coleção
de reflexões sobre a vida em Paris, no século XIX.
(E diga-se que as passagens parisienses, de vidro e ferro, são lindas em
Paris: “As passagens são o centro das mercadorias de luxo” – WB. Hoje não
mais, mas algumas vale uma visita demorada e bisbilhoteira.)
No memorial à W Benjamin, os conceitos sobre filosofia da
história, a necessidade de experiência, a idéia de limite, a paisagem como aura
e a necessidade de memória.
Do alto, vê-se a obra de Karavan integrada a própria
paisagem de granito oxidado, um terreno vazio, árido de rochas cinza-marrom
duras.
Visto de dentro, o visitante se depara com um itinerário que
leva a três pontos da encosta da montanha Portbou, ocupada pelo cemitério: um túnel
e uma escadaria com um mar e uma banheira de hidromassagem no final, uma
oliveira milenar e uma plataforma para a meditação, aberto ao horizonte.
Referem-se ao exílio e solidão de W Benjamin, a uma lição de sobrevivência e
aceitação.
(Tomei contato com W Benjamim na PUC. Tardiamente. Foi
quando descobri sobre estética da arte, aura, mimesis e outras imitações. Um
mal estar urbano. A ilusão sustentando a realidade. Assim, na minha aldeia.)
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