janeiro 09, 2014

EM HONRA A WALTER BENJAMIN

Passagens é o nome do memorial criado por Dani Karavan, artista israelense, em Portbou, na Catalunha, em uma homenagem do governo espanhol e alemão ao filósofo e crítico literário, Walter Benjamin, marcando os cinquenta anos de sua morte. 

Benjamim tinha 48 anos quando se suicidou em 26 de setembro de 1940: 
“Fugindo da polícia francesa do regime de Vichy (pró-Hitler) e barrado na fronteira com a Espanha pela polícia franquista, vivia exilado e desempregado em Paris. Sem jamais ter conseguido um posto de professor na universidade, mantinha-se como crítico literário, com um pequeno auxílio do Instituto de Pesquisa Social, embrião da escola de Frankfurt.” (Folha de São Paulo)



O Walter Benjamin Memorial é uma instalação completamente integrada à paisagem de falésias na Costa Brava e de oliveiras e uma referência a sua fuga para os Pirineus – Portbou - e também para a sua última obra inacabada, Das Passagen – Werk, iniciada em 1927, traz uma grande coleção de reflexões sobre a vida em Paris, no século XIX. 

(E diga-se que as passagens  parisienses, de vidro e ferro, são lindas em Paris: “As passagens são o centro das mercadorias de luxo” – WB. Hoje não mais, mas algumas vale uma visita demorada e bisbilhoteira.)
No memorial à W Benjamin, os conceitos sobre filosofia da história, a necessidade de experiência, a idéia de limite, a paisagem como aura e a necessidade de memória.
Do alto, vê-se a obra de Karavan integrada a própria paisagem de granito oxidado, um terreno vazio, árido de rochas cinza-marrom duras. 

Visto de dentro, o visitante se depara com um itinerário que leva a três pontos da encosta da montanha Portbou, ocupada pelo cemitério: um túnel e uma escadaria com um mar e uma banheira de hidromassagem no final, uma oliveira milenar e uma plataforma para a meditação, aberto ao horizonte. Referem-se ao exílio e solidão de W Benjamin, a uma lição de sobrevivência e aceitação.

(Tomei contato com W Benjamim na PUC. Tardiamente. Foi quando descobri sobre estética da arte, aura, mimesis e outras imitações. Um mal estar urbano. A ilusão sustentando a realidade. Assim, na minha aldeia.)

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial