agosto 31, 2009

FARNESE DE ANDRADE

Descubro o artista plástico mineiro de Araguari, contemporâneo de Lygia Clark, Amilcar de Castro e muitos outros apresentados durante as bienais de Porto Alegre. Me reconheço no seu trabalho de tormentos, com imagens aprisionadas a espera de um indulto...


Olho as ilustrações no livro: justaposição de objetos criados para “relatar sua dor, sua solidão, seus rancores, seus complexos...” e é exclusivamente autobiográfica assim como foi a arte de Frida Khalo, Siron Franco, Leonilson...

“Em matéria de informação e cultura, confesso que só não sou um artista primitivo ou ingênuo porque meu inconsciente não permitiu.” Farnese


OFÉLIA (1985)

Suas criações incluíam resina de poliester, cabeças de boneca de porcelana, imagens sacras, fotografias antigas, destroços recolhidos do mar, no período em que morava no Rio de Janeiro.

Artista gay e não escondia de ninguém:

“Há um discurso pronto a respeito da ligação atávica que o menino homossexual tem com a mãe; contudo, neste caso, creio, o motor era justamente impulsionado por sua relação com o pai. Mesmo que comumente se interprete a mãe como a única mulher do filho-homem-homossexual, é frequente que o pai seja seu único e verdadeiro amor.


Exceto por alguns períodos de separação, Farnese viveu com sua mãe até a morte dela. Era o único filho solteiro, e sua relação com ela era turbulenta e bélica.”


AUTO-RETRATO (1982-1995)
Farnese morreu no dia 18 de julho de 1996, aos 70 anos. Morreu de enfisema pulmonar e de tristeza: “Nasceu e morreu como todos: só. Passou grande parte de sua vida em profunda solidão espiritual. (..) Há os que dizem que ele teria tido mais reconhecimento na Alemanha...”.

Em 2002, suas obras participaram da exposição coletiva “Apropriações e Coleções”, promovida pelo Santander Cultural em Porto Alegre.

Fonte: livro “Objetos”, Charles Cosac, da Editora Cosacnaify.

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