outubro 29, 2025

O RIO QUE SANGRA

Não quero ver na tevê. Não quero ver nas redes. 
E não quero opinar porque não tenho esse direito. 


Ontem, o número de mortos no Rio deve passar dos 132, na maior operação policial já deflagrada na favela do Complexo da Penha. Ou em qualquer outra. Quatro policiais também morreram na chacina. 

Não quero ver na tevê. Não quero ver nas redes. 
E não quero opinar porque não tenho esse direito. 
Mas não me aguento:
Nenhuma operação nos condomínios de luxo. 
Os maiores clientes dos traficantes.

 

 

Conforme a Agencia Brasil, empreendedor Raull Santiago, nascido no Morro do Alemão, foi um dos primeiros a noticiar o encontro dos corpos. Ele usou transmissões ao vivo pelas suas redes sociais.

“Essa é a face da cidade maravilhosa, que é capital na América Latina quando a gente pensa em turismo. E eu amo a minha cidade, o meu estado, a minha favela, mas há esses momentos em que a desigualdade grita, o poder direciona o seu ódio e traz na prática mais brutal possível o seu recado para quem vive em comunidades como a nossa. Infelizmente, pela minha realidade, eu já estou acostumado a ver corpos, baleados, estraçalhados. Mas, [com] isso aqui, eu nunca vou me acostumar.”


Gilmar de Oliveira Fraga

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