setembro 07, 2025

"UM GÊNIO DISCRETO"

1936-2025

 Não digo a primeira, mas a segunda ou terceira coisa que me ocorreu assim que soube da morte do Luis Fernando Verissimo foi esta: morreu um gênio. E um da família dos discretos, uma pequena ilha ao lado do continente dos gênios turbulentos.

Façamos a conta: músico, saxofonista, aprendeu a tocar na juventude, e na maturidade retomou com brilho uma carreira com shows e discos, com amigos antigos; desenhista que se dizia limitado, produziu ao menos duas séries de cartuns imortais, a das Cobras e a da Família Brasil; e nem vamos falar da escrita, ou melhor, vamos falar da escrita sim: milhares de crônicas, contos, esquetes para tevê e romances, em dezenas de livros. 

Personagens arrebatadores: o Analista de Bagé, Ed Mort, a Velhinha de Taubaté, Dora Avante, a socialite socialista. Em suma: a história da sensibilidade brasileira entre 1970 e esses dias agora não será contada direito sem que apareça sua obra.

A quarta ou quinta coisa que pensei: com sua morte, nos despedimos também de seu pai, mais uma vez.

(...)

A propósito disso, vale outra lembrança: talvez o Luis Fernando tenha sido o único cronista de toda a história do Brasil – esse berço de grandes cronistas – a escrever e ser comentado, não uma mas várias vezes, pelo presidente da república. Foi no tempo do Fernando Henrique Cardoso."

Luis Augusto Fischer

Na íntegra: Matinal News


Genial, simplesmente, genial.

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