Estátua de João Caetano,de 1860, interpretando "Oscar, filho de Ossian", no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. De autoria do escultor Chaves Pinheiro.
Em 1810, o teatro cumpria a função social de, mais do que a cultura, encontro na corte. Coube a Dom João VI inaugurar o Theatro São João, no Rio – naquele ano. Trazia de Portugal, troupes de atores e atrizes. Até que surgiu João Caetano dos Santos Jr, que iniciou sua carreira participando em um desses grupos portugueses.
Em 1833, João Caetano ocupa um teatro em Niterói, e com um elenco de atores brasileiros dá início à Companhia Nacional João Caetano. Portanto, ele é considerado o pai do teatro brasileiro.
“O ator também exerceu as funções de empresário e ensaiador. Seu gênero favorito era a tragédia, mas chegou a representar papéis cômicos. Além de atuar em muitas peças, tanto no Rio como nas províncias, João Caetano publicou dois livros sobre a arte de representar: Reflexões Dramáticas, de 1837, e Lições Dramáticas, de 1862.
Encenava muitos clássicos europeus, mas em 1839, apresentou textos de dramaturgos brasileiros como Josué Magalhães e Martins Pena, autor de 30 peças, sendo que suas 22 comédias tratam do cotidiano carioca.
Da primeira geração de atores brasileiros, a gaúcha Estela Sezefreda dos Santos, esposa de João Caetano e Martinho Corrêa Vasques, um ator negro e o cômico principal da companhia de João Caetano.
Vasques se apresentava nos espetáculos teatrais em benefício da alforria de escravizados e de irmandades católicas de negros e homens livres pobres na década de 1840. Atuou na capital imperial e nas províncias do Rio Grande, São Paulo, Pernambuco e Bahia.
Theatro Sete de Abril, Pelotas
João Caetano andou por aqui...
Os preparativos para o recebimento que nossos jovens influentes encabeçarão, e
a que se vão chegado todos os que sabem graduar o mérito, não são mais que um
justo brinde com que se quer corresponder à visita do distinto artista.”
A comunidade rio-grandina compareceu em peso! Cerca de mil pessoas foram prestigiar o artista.
“Resolvendo-se o distinto artista, o comendador João Caetano dos Santos, fazer um passeio a esta província, e tendo o empresário Manuel José da Silva Bastos conseguido que ele honre o palco Rio Grandense, trabalhando com sua companhia, abre na cidade de Pelotas uma assinatura para oito espetáculos dramáticos em que tem de representar o mestre da cena, o indicado artista.”
Machado de Assis, jovem.
Em 1859, Machado de Assis escreve uma crítica teatral e
diz q o teatro de Joao Caetano encontra-se ultrapassado. Saem as tragédias
neoclássicas, dramas românticos e melodramas e entra o teatro realista, a
“naturalidade”, a comédia moderna.
Que soco não deve ter sido isso...
"Entendendo o teatro como “lugar de distração e ensino”, o jovem crítico Machado conclama os seus leitores: “Ao teatro! Ao teatro!”, porque é lá que a sociedade mostra todas as suas faces: “frívola, filosófica, casquilha, avara, interesseira, exaltada, cheia de flores e espinhos, dores e prazeres, de sorrisos e lágrimas!”."
Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, antigo Largo do Rocio, Rio.
“Pode-se dizer que raras vezes Machado dirigiu elogios a João Caetano ou às peças por ele representadas no S. Pedro de Alcântara, quase sempre melodramas ou dramalhões ultrarromânticos. Reconhecia o talento do famoso ator, mas não lhe perdoava o repertório anacrônico, a falta de iniciativa para se atualizar enquanto artista, o que significava manter o seu público distanciado das novas tendências teatrais.”



.jpg)




Nenhum comentário:
Postar um comentário